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Viseu queixa-se de carreira aérea reduzida e falta de helicóptero do INEM durante a noite

Simulacro para testar meios serviu para autarquia criticar Governo.

Frederico Correia

Frederico Pinto

A autarquia de Viseu aproveitou um simulacro no aeródromo de Viseu para lembrar que a região perdeu nos últimos meses resposta de dois serviços públicos, ambos por atrasos do Governo no lançamento de novos concursos: o helicóptero do INEM já não funciona durante a noite e a carreira aérea deixou se ter viagens diárias a partir de Viseu.

Sem o fluxo diário da carreira aérea, Viseu deixa de estar ligado a cidades como Portimão, Cascais, Vila Real e Bragança.

“Uma região destas sem avião, e ainda por cima também sem ferrovia, acabamos por estar um pouco isolados daquilo que é o centro da decisão”, lamenta o vice-presidente da Câmara Municipal de Viseu, João Paulo Gouveia.

“Esperamos que o Estado central, que o Governo neste caso, rapidamente reponha esta situação.”

A carreira aérea tem um novo concurso internacional a decorrer, mas na fase transitória a operadora chegou a acordo com o Governo para diminuir os custos de operação, passando a ter viagens a partir de Viseu apenas durante três dias.

Também o helicóptero do INEM não funciona no período noturno. Em ambos os casos, os concursos em vigor terminaram sem estar concluídos os novos procedimentos concursais, evitando o condicionar dos serviços.

“Não compreendemos como é que, por um lado, deixamos de ter carreira aérea todos os dias e, por outro lado, deixamos de ter 50% de serviço de helicóptero do INEM”, condena João Paulo Gouveia. “As pessoas que têm acidentes graves têm que ser transportadas por aquela miserável estrada chamada IP3, para Coimbra.”

A autarquia de Viseu investe anualmente mais de 350 mil euros no funcionamento do aeródromo.

O simulacro desta quarta-feira foi um exercício à escala total. Quase 100 operacionais e 30 veículos testaram o plano de segurança do aeródromo.

"Simulamos o pior cenário, com uma aeronave com 16 a 19 pessoas a bordo”, conta à SIC Rui Nogueira, comandante dos Sapadores Bombeiros de Viseu. “O objetivo mais específico são operações de manobra, de salvamento, de criar condições de sobrevivência para um cenário com estas características.”

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