Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro e André Ventura estiveram esta sexta-feira nos Açores para o último dia de campanha para as eleições regionais.
O líder socialista alertou para a possibilidade de haver acordo entre o PSD e o Chega. O presidente social-democrata lembrou que foram o PS e o Chega que derrubaram o governo no arquipélago.
Em declarações aos jornalistas na ilha do Corvo, Montenegro foi confrontado com as palavras de Pedro Nuno Santos, que na quinta-feira, num comício em Vila Franca do Campo, ilha de São Miguel, disse que o PSD inaugurou com o Chega uma nova aliança nos Açores, que designou de "Chega D".
"A coligação que governa e vai governar os Açores é a do PSD, CDS e PPM. A coligação que deitou o Governo abaixo é a do PS com o Chega, não sei se é a essa que o Doutor Pedro Nuno se estava a referir", respondeu Montenegro.
O Chega, lembrou, "não é um partido de protesto", mas "um partido de governo", com propostas para diferentes áreas, e não quer repetir a experiência de entendimento assinado em 2020 com a coligação de direita, até porque esse governo se "portou mal" com o partido, sem cumprir os compromissos assumidos.
"Tivemos um acordo de incidência parlamentar de três anos e correu mal [...] . Enganar-se a primeira vez, todos podem enganar-se. À segunda só cai quem quer", afirmou.
Sublinhando que o bom resultado esperado no domingo será "uma grande rampa de lançamento" para as legislativas de março, em que está "a lutar pela vitória", André Ventura repetiu que, tal como a nível nacional, o partido fará esforços para haver uma governação alternativa, para que o PS não regresse ao poder.
Em 2020, o PS venceu nos Açores, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.