Orlando Figueira, o ex-procurador condenado por corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos, não se apresentou esta quinta-feira na cadeia de Évora para cumprir seis anos e oito meses de prisão, depois do trânsito em julgado do acórdão da operação Fizz. A defesa insiste que há um recurso pendente no Supremo Tribunal de Justiça, mas a SIC sabe que o mandado de detenção já chegou à polícia.
De todas as vezes que as portas do estabelecimento prisional de Évora se abriram, esta quinta-feira, nenhuma foi para entrar Orlando Figueira.
O ex-procurador sempre garantiu que assumiria responsabilidades, mas depois do trânsito em julgado do processo, ainda não se apresentou na cadeia
Em causa estará um recurso que a defesa diz ainda correr no Supremo Tribunal de Justiça, mas a SIC sabe que as autoridades já têm em sua posse o mandado de detenção contra o antigo magistrado e que nas secções criminais do supremo não se encontra pendente qualquer recurso em que figure como interveniente Orlando Figueira.
Supremo nega haver recurso pendente
Já na noite desta quinta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça negou haver qualquer recurso pendente do ex-procurador Orlando Figueira, contrariando as afirmações da advogada do antigo magistrado.
“Nas secções criminais não se encontra pendente qualquer recurso em que figure como interveniente o senhor Orlando Figueira.”
De que é acusado Orlando Figueira?
Pode ser o fim de uma batalha na justiça que dura há mais de cinco anos desde que o ex-procurador foi condenado em 2018 por crimes de corrupção, branqueamento de capitais, violação do segredo de justiça e falsificação de documento.
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A justiça separou o processo da Operação Fizz e enviou-o para Luanda. As autoridades angolanas abriram, entretanto, um inquérito-crime que está a ser avaliado.
Em Portugal, o processo nunca parou e Orlando Figueira já sabe que tem seis anos e oito meses de prisão para cumprir no estabelecimento prisional de Évora.