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Crise na Madeira: detidos só devem conhecer medidas de coação no final da semana

Devido ao atraso judicial, com a greve dos funcionários, os interrogatórios ainda nem começaram e nenhum dos arguidos, detidos há cinco dias, foi ouvido.

João Maldonado

SIC Notícias

Os três arguidos da investigação da Madeira ainda não foram ouvidos em interrogatório, após cinco dias detidos, devido à greve dos funcionários judiciais. Nesta fase, os advogados ainda entregam requerimentos.

Às 17:00 os interrogatórios têm de terminar devido à greve dos funcionários judiciais, que se estende há uns meses e que se aplica a este caso.

Esta segunda-feira, e durante toda a semana, como reporta o jornalista João Maldonado, estas sessões irão terminar no máximo às 17:00, hora de saída dos funcionários judiciais.

Tudo indicava que pelas 14:00 tivesse começado o primeiro interrogatório judicial e que o primeiro arguido Custódio Correia fosse ouvido, mas foi comunicado que ninguém começou a ser ouvido e, neste momento, no Tribunal, os advogados de defesa estão a entregar requerimentos, numa fase mais burocrática.

Seis dias depois, ainda nenhum arguido começou a ser ouvido.

Na pausa para o almoço esta segunda-feira, e antes dos trabalhos começarem, os advogados falaram com os jornalistas no Campus de Justiça e a sua previsão, nomeadamente de Sá e Cunha, advogado de defesa do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado é que esta fase de inquérito poderá durar toda a semana e só na sexta-feira é que serão conhecidas as medidas de coação.

Buscas e investigação

Segundo fonte judicial, o processo foi distribuído ao juiz Jorge Bernardes de Melo, do Tribunal Central de Instrução Criminal, e os arguidos e os advogados tiveram na sexta-feira acesso aos factos em causa e aos elementos de prova sobre o caso desencadeado pela Polícia Judiciária (PJ) e pelo Ministério Público (MP).

Ainda de acordo com fonte judicial, o inquérito vai começar pelo empresário Custódio Correia, que é o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, seguindo-se Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA, e, por último, o presidente da Câmara do Funchal

Na quarta-feira, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela PJ sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em vários zonas do continente, foram detidos o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o CEO e principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia, que é sócio de Avelino Farinha em várias empresas, segundo disse à Lusa fonte da investigação.

No âmbito deste processo, foi ainda constituído arguido o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (PSD).

De acordo com a Polícia Judiciária, nesta operação estão em causa suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

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