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Associação de Russos Livres promove manifestação pró-Navalny e de apoio à Ucrânia em Lisboa e Porto

O principal objetivo da campanha anticorrupção "Rússia sem Putin" é que “todos tentem convencer 10 pessoas a oporem-se ao Presidente da Rússia”.

Manifestação a 16 de dezembro de 2023
Roman Protchev Link Art

SIC Notícias

A Associação de Russos Livres promove uma manifestação no domingo em Lisboa e no Porto em apoio à oposição russa, no âmbito da ação internacional “Rússia sem Putin” iniciada pelos aliados de Alexei Navalny.

Em Lisboa a manifestação está marcada para as 14h00, na Praça dos Restauradores, de acordo com a página do evento no Facebook. A Associação prepara também uma manifestação no Porto e apela a mais pessoas que queiram promover ações semelhantes noutros locais do país.

Sob o lema "Rússia sem Putin e sem Putinismo", a manifestação pretende demonstrar apoio à oposição russa e tem como objetivo “que todos tentem convencer 10 pessoas a oporem-se a Putin”, revela a Associação de Russos Livres.

"Nós e os ativistas de todo o mundo apoiamos a campanha contra Putin levada a cabo pela nossa oposição no período que antecede a
recandidatura de Putin. A nossa oposição consolidou esforços nesse sentido: o Comité Anti-Guerra, a fundação anti-corrupção, Mark Feigin, o Comité 2024 e muitos outros apelam a que se oponham a Putin da forma que considerarem mais adequada, incluindo o apoio às forças armadas ucranianas".

Navalny está detido numa prisão no Ártico

O líder da oposição russa, Alexei Navalny, cumpre quase 30 anos de prisão depois de ter regressado à Rússia há três anos, detido à chegada ao aeroporto de Moscovo depois de ter estado na Alemanha a ser tratado de uma tentativa de envenenamento.

A 17 de janeiro escreveu na rede social Telegram sobre a sua detenção e convicções.

"Há apenas três anos regressei à Rússia depois de completar o meu tratamento por envenenamento. Prenderam-me no aeroporto e estou preso há três anos".

“Tenho o meu país e as minhas convicções. Não quero desistir nem do meu país nem das minhas ideias. (...) Se as nossas convicções valem alguma coisa, devemos estar dispostos a defendê-las. E, se necessário, a fazer alguns sacrifícios”

“É claro que não gosto de estar na prisão. Mas não pretendo renunciar às minhas ideias ou ao meu país. As minhas convicções não são exóticas, sectárias ou radicais (...) As pessoas no poder devem mudar. A melhor forma de eleger as autoridades são eleições limpas e livres. Todos precisam de um julgamento justo. A corrupção destrói o Estado. Não deve haver censura”.

O opositor do regime considera que o "Estado 'putinista' não é viável", alegando que "a hipocrisia faz dos comunistas crentes ortodoxos; dos mulherengos, dos conservadores e dos ricos "patriotas agressivos".

"Mentiras, mentiras e nada mais que mentiras. Assim que olharmos para a sua cadeira, (o Presidente russo Vladimir Putin) não estará mais lá", concluiu Navalny.

Alexei Navalny voltou a ser visto em público a 10 de janeiro, um mês depois de ter sido transferido de uma prisão em Moscovo para uma das mais inóspitas regiões da Rússia, uma prisão do Círculo Polar Ártico, no distrito autónomo de Yamalo-Nenets.

Navalny foi transferido depois de anunciar uma campanha contra a reeleição de Putin em 2024, a quem acusa de ter ordenado o seu envenenamento em agosto de 2020.

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