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"Paz no Médio Oriente": Lisboa recebe nova manifestação pró-Palestina

A guerra já vitimou mais de 20.000 pessoas na Faixa de Gaza, atacada sistematicamente desde o 7 de outubro, mas o conflito parece alastrar-se cada vez mais para outras regiões do Médio Oriente, após os incidentes no Mar Vermelho e no Iémen.

Armando Franca

Daniel Pascoal

O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) convocou uma nova manifestação pela "Paz no Médio Oriente", que vai decorrer este domingo, em Lisboa, a partir das 15h00.

A iniciativa começará na embaixada dos EUA, em Sete Rios, e segue até à embaixada de Israel, no Saldanha.

“A criminosa e cruel violação de qualquer princípio humanitário, na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, é todos os dias demonstrada pela chacina, pelos brutais bombardeamentos, pelos ataques a hospitais, ambulâncias, escolas, agências da ONU, pelos cortes de água, electricidade, bloqueio a alimentos e medicamentos, levados a cabo por Israel”, afirma o MPPM.

O movimento pede “um cessar-fogo imediato e permanente”, “ajuda humanitária sem restrições” e a “responsabilização de Israel por crimes de guerra e crimes contra a humanidade”, realçando que, após “décadas de promessas incumpridas”, é necessária a criação de “um Estado Palestino soberano e independente”.

Lisboa volta a ser palco de protesto

Nos últimos meses, a capital portuguesa recebeu milhares de pessoas em protestos pró-Palestina.

Em dezembro, a fachada da Câmara de Lisboa foi pintada por ativistas. Em novembro, Marcelo Rebelo de Sousa foi alvo de críticas e discutiu com um manifestante, após declarações polémicas sobre o conflito.

“Regionalização” da guerra?

O cenário de guerra na Faixa de Gaza, que sofre com um conflito de décadas, tornou-se ainda mais dramático após o dia 7 de outubro, com a retaliação permanente de Israel aos ataques do Hamas.

Volvidos mais de três meses, cerca de 23.000 pessoas morreram e 60.000 ficaram feridas na sequência dos ataques israelenses, segundo o Ministério da Saúde do enclave palestino.

Israel falhou até ao momento os dois principais objetivos que usa para justificar a investida em Gaza: destruir o Hamas e resgatar todos os reféns do grupo terrorista - serão cerca de 100. Só a diplomacia e o cessar-fogo, ainda que temporário, permitiram a libertação de parte dos reféns.

Esta quinta-feira, o conflito pode ter chegado a um novo ponto. O medo do alastramento da guerra para uma escala regional é cada vez mais real, após os ataques no Mar Vermelho e a retaliação dos Estados Unidos e do Reino Unido no Iémen. O problema, agora, assusta ainda mais todo o Médio Oriente.

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