Há quatro dias em protesto, os polícias receberam, esta quinta-feira, a solidariedade do diretor nacional da PSP e do comandante-geral da GNR.
A reunião de urgência terá sido abordada na véspera durante a conversa a dois longe das câmaras entre o ministro que manda nas polícias e o homem que as dirige.
José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna, diz que não devem sentir-se discriminados e lembra que os 118 milhões de euros de retribuições não pagas durante o período da troika e o reforço do suplemento de risco das forças de segurança.
"Há muito que fazer para o futuro e é por isso que temos estado a trabalhar com os sindicatos. Por exemplo, quando cheguei a estas funções, os polícias falavam em salários de 800 euros. Agora, já têm mostrado recibos que são de 1.080 euros líquidos. Estamos a falar de um aumento médio de mais de 20%", refere o ministro
O Governo já garantiu não ter ordenado uma fiscalização a todas as viaturas da PSP paradas por suspeitas de falsos problemas mecânicos.
"Não dei, nem tive que dar [ordens para fiscalização das viaturas] porque quer o comando-geral da GNR, quer o da PSP conhecem aquilo que são as suas obrigações", garante José Luís Carneiro.
Um dia depois da reunião entre o ministro e o diretor nacional a SIC sabe que os carros de serviço vão ser vistoriados e os comandantes da PSP de Lisboa e Cascais enviaram uma circular a alterar as regras de uso das viaturas.
PSP espera contacto do MAI
O presidente do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP), Bruno Pereira, assumiu a expectativa de que o Governo contacte os sindicatos da PSP por causa dos protestos.
Bruno Pereira referiu que José Barros Correia não transmitiu aos sindicatos qualquer indicação do Ministério da Administração Interna (MAI) face ao momento de contestação nas forças de segurança por melhores condições salariais e de trabalho.
"Não teria de ser o senhor diretor nacional a fazê-lo, mas sim o senhor ministro da Administração Interna, até porque tem um contacto direto com todos nós. Querendo fazê-lo, pode fazê-lo e nós esperamos que o possa fazer e que o faça brevemente", disse o presidente do SNOP, assegurando que os sindicatos ainda não foram chamados para um encontro.
Porém, Bruno Pereira expressou a vontade dos sindicatos de terem "uma discussão alargada com os representantes de todos os partidos políticos que queiram ver este assunto como prioridade máxima", reforçando que a segurança é um tema "que não pode ser negligenciado".
Sindicatos pedem para reunir com os partidos com assento parlamentar
"Iremos pedir uma reunião aos partidos", observou o dirigente sindical, que explicou que com o Governo terá de haver uma discussão consensualizada com a plataforma que junta vários sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR para a revisão dos suplementos remuneratórios e que anunciou na semana passada um corte de relações institucionais com o MAI.
O presidente do SNOP revelou ainda desconhecer uma reunião na quarta-feira entre o diretor nacional da PSP e o comandante-geral da GNR com a secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, mas salientou a sua convicção de que Barros Correia "tudo fará para defender aquilo que são os legítimos interesses e direitos dos seus polícias".
Os protestos dos polícias estão a ser organizados através das redes sociais, como Facebook e Telegram.
Na reunião com o diretor nacional da PSP estiveram presentes os seis sindicatos mais representativos: Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP-PSP), Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol), Sindicato Independente da Polícia (SIAP), Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP) e Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP (SNCC).
As forças de segurança têm um protesto previsto para 31 de janeiro, sendo que a vigília não tem data para terminar.
Com Lusa