Em defesa do jornalismo livre e dos postos de trabalho, os jornalistas do Global Media, que inclui o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias, O Jogo e a TSF, estão em greve até à meia noite desta quarta-feira.
Os jornalistas do grupo Global Media acusam a administração de querer esvaziar as redações e de em alguns casos interferir nas decisões editoriais.
A greve afeta a rádio TSF e as várias publicações, como o JN, o DN , o Jogo e o Dinheiro Vivo. A paralisação de 24 horas acontece no dia em que termina o prazo para aderir às rescisões propostas pelo grupo, que quer cortar entre 150 e 200 trabalhadores.
Apesar da administração da Global Media anunciar dificuldades financeiras graves, o Correio da Manhã diz que o grupo gastou mais de dois milhões de euros em novas contratações, sobretudo em consultores e assessores.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social abriu um processo de investigação e no parlamento têm estado a decorrer audições. O ministro da Cultura esteve esta quarta-feira a responder aos deputados e está contra haver um apoio dirigido a um grupo de comunicação.
Autarcas e várias personalidades juntaram-se ao protesto, e os partidos reagiram com preocupação aos problemas na Global Media, com o Bloco de Esquerda a defender a nacionalização.
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O PAN anunciou um debate de urgência no parlamento na quinta-feira sobre a situação do grupo Global Media e do futuro do pluralismo e da liberdade de imprensa em Portugal.
"O parlamento irá amanhã [quinta-feira] debater a situação dos trabalhadores do grupo, bem como o futuro dos media, do pluralismo de informação e da liberdade de imprensa em Portugal", adiantou a representação parlamentar do partido em comunicado.
A porta-voz e deputada do PAN salientou que regista "com muita preocupação que os trabalhadores da TSF, do Jornal de Notícias, do Diário de Notícias e d'O Jogo continuam a ser prejudicados pela atual administração do grupo Global Media" (GMG).
"Tendo em conta as preocupações transmitidas por estes trabalhadores ao PAN, agendámos um debate de urgência, para assegurar que estes profissionais tão importantes para a nossa democracia não são esquecidos", referiu Inês de Sousa Real, citada no comunicado.
O grupo Global Media foi comprado por um fundo sediado nas Bahamas e não se sabe ao certo quem o detém.