Os problemas do SNS são muitos, os utentes queixam-se que não encontram respostas adequadas. A esta altura, estamos mais centrados num pico de gripe, que ainda não foi atingido e há dificuldades nas urgências dos hospitais. Com uma semana de temperaturas muito baixas, as condições nas urgências podem ficar ainda mais complicadas.
O médico Vasco Peixoto sublinha que temos um pico de gripe, uma época sazonal de gripe intensa, com a circulação da covid-19 também, “uma situação que leva a atrasos nas urgências, que se podem ligar também com algum contributo para o excesso de mortalidade”.
Mas existem duas situações diferentes que é importante distinguirmos:
“Uma é os atrasos nas situações urgentes e muito urgentes. São situações que têm uma abordagem específica diferente e que não têm a ver com a procura exagerada de serviços de urgência para situações menos graves. São situações que efetivamente podem ter impacto no tratamento e na recuperação ou não das pessoas (…) essa situação das urgências graves, amarelas, laranjas, vermelhas, é muito importante ser garantida. Outras situações são as não urgentes ou mais ligeiras".
Situações nos centros de saúde
Os centros de saúde funcionam, de acordo com os seus recursos humanos, com número de médicos e de enfermeiros que têm, normalmente no limite das suas capacidades e têm um conjunto de situações, nomeadamente a gestão da saúde das pessoas, mesmo fora das urgências, de situações não graves, como as gravidezes.
“Muitas daquelas situações que estão à porta de um centro de saúde, àquela àquelas horas da manhã, poderiam ter provavelmente uma teleconsulta médica”.
Os centros de saúde a esta altura estão com horários alargados para dar a resposta àquilo que se passa nos hospitais. Há uma preocupação central neste momento, aumentos de casos de gripe e de infeções respiratórias, as autoridades continuam a aconselhar a população a contactar o SNS 24 24 para não se dirigirem logo às urgências.
“O SNS 24 é sempre a primeira porta (…) pode referenciar ou pode dar um acesso facilitado a uma teleconsulta médica”.
Vasco Peixoto considera que o SNS 24 “aparentemente ainda tem um espaço de melhoria da resposta ou de melhoria da capacidade de dar segurança às pessoas no seu encaminhamento e na gestão de doença aguda”.
Estratégia e organização
Na reforma que está a ser implementada no SNS estão contemplados esse tipo de averiguações, a forma como são avaliados os doentes, estão previstas em vários documentos. “Mas devíamos pensar a forma como organizamos e facilitamos o acesso de forma a que, dentro das limitações que existam, aquilo que é prioritário de facto tenha acesso”.
"É uma questão de estratégia (…) Acredito que vai depender também muito daquilo que na prática forem as alterações de cada unidade local de saúde e da utilização de seus profissionais. Vai depender muito da capacidade de trabalhar a priorização, a qualidade em saúde e a análise de dados locais, nomeadamente contando com os médicos de saúde pública,
que agora, , o basicamente os hospitais e os centros de saúde agora estão juntos e têm que se preocupar com a população como um todo. Até em termos de educação para a saúde, até em termos de prevenção, e isso é uma ideia que é uma ideia que me parece boa
agora, como é que isso se vai ao operacionalizar? Vai depender muito da dessa capacidade de gestão, de análise de dados em cada área