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IL admite discutir com a direita introdução de concorrência privada à CP

Rui Rocha, líder dos liberais, entende que "não tem de ser uma empresa pública a assegurar um serviço público", podendo ser, na sua opinião, uma empresa privada a fazê-lo.

O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, fala à comunicação social durante uma pausa na reunião do Conselho Nacional do partido, em Coimbra
PAULO NOVAIS

SIC Notícias

O presidente da Iniciativa Liberal (IL) acredita que o transporte ferroviário só pode melhorar se forem criadas condições para haver concorrência à CP. Na mesma declaração, Rui Rocha disse que os portugueses não podem confiar em Pedro Nuno Santos se ficar provado que o ex-ministro sabia da compra de ações dos CTT pela Parpública.

Na manhã desta quinta-feira, na estação de Agualva-Cacém - onde acompanhou as consequências da greve da Infraestruturas de Portugal -, Rui Rocha declarou que "não tem de ser uma empresa pública a assegurar um serviço público", podendo ser, na sua opinião, uma empresa privada a fazê-lo.

"Podem ser empresas públicas se ganharem o concurso e se apresentarem melhores soluções. Portanto, não temos nada contra empresas públicas neste sentido", atirou.

O líder dos liberais referiu ainda que este poderá ser um tema a discutir se houver negociações pós-eleitorais à direita:

"Este tipo de soluções são as soluções que queremos trazer para a mesa de negociações, se os resultados eleitorais trouxerem, depois, um contexto que permita uma negociação que possa influenciar o próximo Governo com soluções diferentes".

"Como é que o ministro da tutela não sabe?"

Rui Rocha não esqueceu a compra de ações dos CTT por parte do Governo, em 2021, numa altura em que o Executivo estava a negociar o Orçamento do Estado com os partidos de esquerda.

Nesse sentido, atirou críticas a Pedro Nuno Santos – que na época ocupava o cargo de ministro das Infraestruturas e da Habitação - e questionou como é que o atual secretário-geral do PS garante não saber do negócio, se era o responsável pela tutela.

Acrescentou que, se Pedro Nuno Santos realmente não teve conhecimento do sucedido, significa que António Costa "não confiava nele".

"Se António Costa não confiava nele como é que os portugueses podem confiar?", inquiriu.

Por outro lado, continuou Rui Rocha, se o líder dos socialistas soube da compra de ações "os portugueses não podem confiar", uma vez que o mesmo "se exime a prestar esclarecimentos".

"Ou sabia e está a tentar enganar os portugueses, ou não sabia e é porque o primeiro-ministro não confiava nele. Portanto, é um esclarecimento que Pedro Nuno Santos terá de trazer aos portugueses nas próximas horas", vincou.

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