Os portugueses continuam a confiar mais no Presidente da República do que em qualquer outra instituição. A conclusão de uma sondagem do ICS e do ISCTE para a SIC e o Expresso que também dá conta que a esmagadora maioria acredita que o nível de corrupção do país tem vindo a aumentar.
O trabalho de campo para este estudo de opinião começou a ser feito em meados de novembro, em plena crise política, já António Costa se tinha demitido depois de saber que o seu melhor amigo e o seu chefe de gabinete estavam a ser investigados por suspeitas de tráfico de influência e que ele próprio era objeto de uma investigação pelo Ministério Público.
Já era notícia também uma alegada intervenção do Presidente da República no caso das crianças luso-brasileiras tratadas no Santa Maria.
O contexto não afetou a confiança dos portugueses na instituição Presidência da República: 65% dos inquiridos assumem que esta continua a ser a instituição em quem mais confiam - apesar de haver um decréscimo de quatro pontos percentuais em relação à última vez que a pergunta lhes foi feita num estudo de opinião, em setembro de 2019.
Seguem-se os tribunais, com 46% e os meios de comunicação social, com 39%. Parlamento, com 36%, Governo, com 28%, e partidos, com apenas 17%, ocupam os últimos lugares deste ranking na confiança dos portugueses.
O estudo de opinião do ICS e do ISCTE também avaliou a perceção dos portugueses sobre a evolução da corrupção em Portugal.
O que dizem os portugueses sobre a corrupção?
A esmagadora maioria, mais de 70%, não tem dúvidas que o nível de corrupção em Portugal aumentou. São mais 12 pontos percentuais do que os que respondiam assim numa sondagem idêntica feita em setembro de 2019. Um quarto dos inquiridos, ainda assim, não vê alterações significativas. E um pequeno grupo de 2% consegue mesmo ver alguma melhoria no panorama.
Questionados sobre que partido dá melhor resposta no combate à corrupção, os portugueses são implacáveis: nenhum, respondem 55% - em 2019, eram 61% os que não acreditavam nos partidos para travar essa guerra.
Há quatro anos, porém, 18% ainda respondiam que viam competências no PS. Hoje, são apenas 13%. Em contrapartida, há 14% que entendem que o partido melhor colocado é o Chega (que tinha acabado de se formar, aquando do estudo de 2019). Apenas 8% referem o PSD.
Ficha técnica
Este estudo de opinião foi coordenado pelo ICS e pelo ISCTE para a SIC e para o Expresso. A informação foi recolhida num universo de indivíduos maiores de 18 anos, residentes em Portugal, através de entrevista presencial. O trabalho de campo foi realizado pela GfK Metris entre 18 e 27 de novembro, tendo sido contactados 3163 lares elegíveis e validadas 803 entrevistas. A margem de erro máxima é de +/- 3,5%, com um nível de confiança de 95%.