Quem não tem contacto com o SNS há pelo menos 5 anos está a ficar sem médico de família. A Associação das Unidades de Saúde Familiares diz que os utentes não estão a ser avisados e que se trata de uma limpeza administrativa.
Há utentes não frequentes a serem retirados de forma automática das listas dos médicos de família para dar lugar a quem aguarda por uma vaga.
"As pessoas que não mantiveram contacto nenhum com o SNS são retirados da lista do seu médico de família e passam a ser não frequentadores", diz Nélson Magalhães da Associação das Unidades de Saúde Familiares
Em Portugal há um milhão e 700 mil pessoas sem médico de família. O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, justifica a medida com a necessidade de atenuar o problema da falta de médicos.
"Se nós não tivéssemos um problema de falta de médicos de família estas medidas seriam desnecessárias. Esta medida é feita para procurar aproveitar a disponibilidade que existe dos médicos de família para as pessoas que efetivamente mostram necessidade para os utilizar, sem penalizar ninguém", explica Manuel Pizarro.
Os médicos de família dizem que esta atualização de listas de utentes vai criar mais pressão nos serviços. A identificação de utentes não frequentes é feita pelos serviços partilhados do Ministério da Saúde e os médicos de família não sabem quem são os utentes que desaparecem das suas listas de doentes.
A SIC contactou a Administração Central do Sistema de Saúde para saber quantos utentes ficaram sem médico de família, mas não obteve resposta.