Quase três dezenas de unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão receber equipamentos médicos pesados, num investimento de 117 milhões de euros que inclui a compra de seis robots cirúrgicos, anunciou, esta terça-feira, a direção-executiva do SNS (DE-SNS).
O pacote inclui 18 ressonâncias magnéticas, 25 tomografias computorizadas, 13 angiógrafos, oito câmaras gama e 11 aceleradores lineares.
Informação da DE-SNS enviada à agência Lusa destaca, ainda, que serão adquiridos seis robots cirúrgicos de forma a "permitir criar uma rede de robotização cirúrgica no país, com os cinco equipamentos já existentes e os dois em fase de aquisição", o que elevará para 13 o número de equipamentos com estas características na rede.
Este investimento foi anunciado a 13 de novembro, em Coimbra, pelo secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, após inaugurar a primeira câmara gama digital do país (equipamento para realização de exames de diagnóstico), no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).
Esta terça-feira, no Porto, está prevista a formalização deste programa numa sessão com o nome "Modernização Tecnológica dos Hospitais do SNS", na qual estarão presentes os representantes das 29 unidades hospitalares que beneficiarão de novos equipamentos.
À Lusa, a DE-SNS adiantou que as unidades hospitalares beneficiarão do programa "já durante o ano de 2024, com o compromisso de apresentarem as respetivas candidaturas".
117 milhões estão inscritos no PRR
A cerimónia, prevista para as 11:00, no Instituto Português de Oncologia do Porto, contará com o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, o presidente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Vítor Herdeiro, e da coordenadora da dimensão Resiliência da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, Conceição Carvalho. Os 117 milhões de euros estão inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
A verba divide-se por duas linhas de financiamento, o Programa de Modernização Tecnológica do SNS, que permitirá a instalação de 68 equipamentos médicos pesados nas unidades do SNS em todo o país, num valor de 100 milhões de euros.
Soma-se a aquisição de equipamento médico pesado para as unidades do SNS da Região de Lisboa e Vale do Tejo, contemplando a instalação de equipamentos num valor de mais de 17 milhões de euros e num total de 13 equipamentos, conforme se lê no resumo da DE-SNS.
No total serão 81 os equipamentos que substituirão 75 aparelhos "que se encontravam obsoletos", acrescenta direção-executiva.
Hospitais que recebem equipamentos
Incluem-se no grupo de instituições beneficiárias as seguintes unidades hospitalares do SNS:
- Centro Hospitalar de Leiria
- Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
- Centro Hospitalar de Setúbal
- Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro
- Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho
- Centro Hospitalar do Baixo Vouga
- Centro Hospitalar do Barreiro e Montijo
- Centro Hospitalar do Médio Ave
- Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
- Centro Hospitalar Tondela-Viseu
- Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central
- Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte
- Centro Hospitalar Universitário de Santo António
- Centro Hospitalar Universitário de São João
- Centro Hospitalar Universitário do Algarve
- Hospital da Senhora da Oliveira - Guimarães
- Hospital de Braga
- Hospital de Loures
- Hospital Distrital de Santarém
- Hospital Espírito Santo - Évora
- Hospital Garcia de Orta
- Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca
São, também, beneficiários, os institutos de oncologia de Coimbra, Porto e Lisboa, bem como as unidades locais de saúde de Matosinhos, Alto Minho, Litoral Alentejano e Norte Alentejano.
Em Coimbra, quando anunciou este investimento, Ricardo Mestre falou do objetivo de renovar o parque tecnológico "todo do SNS", colocando-o "ao serviço dos profissionais e das pessoas".
"Estamos num processo de grande investimento no SNS e de reformulação do seu parque tecnológico, modernizando-o e trazendo para o país aquilo que de melhor existe no mundo em termos de tecnologia", disse o governante.
Já na informação remetida à Lusa, a DE-SNS salienta que "a introdução de inovação tecnológica no SNS consubstanciada na aquisição de novo equipamento médico pesado de última geração, e na robotização cirúrgica, potenciará a atratividade e retenção de profissionais de saúde".