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Governo chega a acordo com o Sindicato Independente dos Médicos

A tutela em comunicado “saúda a capacidade de diálogo e compromisso, em prol de melhores condições de trabalho e de resposta aos utentes”. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) não assinou o acordo.

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Mariana Saraiva

O Ministério da Saúde anunciou esta terça-feira que alcançou um acordo intercalar com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) para um aumento dos salários no próximo ano.

O Governo, em comunicado enviado às redações, explica que “concluiu as negociações com as estruturas representativas dos médicos, tendo chegado a um acordo intercalar com o Sindicato Independente dos Médicos para um aumento dos salários em janeiro de 2024”.

O aumento salarial vai aplicar-se a todos os médicos, privilegiando as remunerações mais baixas.

“Os assistentes hospitalares com horário de 40 horas terão um aumento de 14,6%, os assistentes graduados de 12,9% e os assistentes graduados sénior de 10,9%. Modelo similar será aplicado a cada uma das carreiras médicas”, lê-se no comunicado.

A tutela “saúda a capacidade de diálogo e compromisso, em prol de melhores condições de trabalho e de resposta aos utentes e (…) o empenho de todas as partes nas negociações”.

FNAM rejeita acordo com Governo

A Federação Nacional do Médicos (Fnam) rejeitou um acordo salarial com o Ministério da Saúde, considerando que é "um mau acordo para os médicos" e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

"A Fnam não aceita o acordo, a proposta que foi feita pelo Ministério da Saúde, uma vez que isto é um mau acordo para os médicos, é um mau acordo para o Serviço Nacional de Saúde, isto não vai permitir fixar médicos no SNS", disse a presidente da Fnam, Joana Bordalo e Sá, à saída da reunião com a tutela, no Ministério da Saúde, em Lisboa.

Para o SIM foi o acordo possível

O presidente do Sindicato Independente dos Médicos, Jorge Roque da Cunha, explicou aos jornalistas que o acordo foi o possível e "sentido de responsabilidade".

Roque Cunha acredita que há aspetos a “acertar” neste acordo, nomeadamente ao nível da avaliação de desempenho.

“Não será com este acordo que os problemas do Serviço Nacional de Saúde, que se vêm acumulando ao longo de décadas, se irão ser resolvido”, considera.

Contudo, sublinha que o entendimento pretende dar “alguma tranquilidade aos portugueses” e, também melhorias à classe, explicando que o acordo é "um sinal objetivo de responsabilidade" e que "vai obrigar o próximo Governo a voltar a falar connosco logo que seja possível".

Questionado sobre se o SIM era o único a assinar o acordo, Roque da Cunha explicou: “No nosso ponto de vista, propostas maximalistas que ultrapassem os 30, 40 ou 50% não faziam qualquer sentido, mas o Fnam responderá por si”.

Com Lusa

Ministro da Saúde diz que "coração do SNS está mais saudável" após acordo

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, considerou que há "boas razões para acreditar que o coração do SNS está mais saudável" após um acordo intercalar com o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) sobre aumentos salariais.

"Este é um acordo intercalar, é o acordo possível do Governo. São conhecidas as circunstâncias políticas em que nos encontramos, é o limite a que podíamos chegar e foi um esforço muito grande de parte a parte, da nossa parte e também da parte do Sindicato Independente dos Médicos (SIM)", disse Manuel Pizarro, no fim das negociações com os sindicatos representativos dos médicos.

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