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Ordem contra intenção da direção executiva do SNS de alargar vacinação às farmácias

A Ordem dos Enfermeiros quer reunir com urgência com o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, argumentando que não podem permitir “que se esteja a desmantelar o SNS desta forma”.

Ana Lemos

A Ordem dos Enfermeiros manifesta-se contra a proposta da direção executiva do SNS de “alargar a vacinação prevista no Programa Nacional de Vacinação às farmácias, nomeadamente a vacina contra o tétano e a difteria”. Neste sentido, a Ordem pede uma reunião urgente com Fernando Araújo.

No comunicado enviado às redações, a Ordem diz ver com “bastante apreensão a possibilidade de as farmácias poderem efetuar intervenções terapêuticas em situações clínicas ligeiras.

“Não podemos permitir que se esteja a desmantelar o SNS desta forma. A prioridade do Governo deveria ser o reforço dos recursos dos cuidados de saúde primários em vez de canalizar verbas para empresas privadas sem competência para garantir condições adequadas quer à administração de qualquer vacina, quer para efetuar intervenções terapêuticas. É a segurança das pessoas que está em causa”, lê-se no comunicado.

A Ordem refere também que a administração de vacinas é “competência dos enfermeiros, que têm formação diferenciada e especializada para lidar com possíveis reações adversas e atuar, por exemplo, em suporte imediato de vida”.

A solução, acrescenta, não é impedir que vacinas possam ser administradas nas farmácias, mas sim que sejam para o efeito contratados enfermeiros, “tal como prevê a portaria que define os serviços prestados nas farmácias comunitárias e cuja alteração em 2018 permite prestar alguns serviços de Enfermagem nestas farmácias”.

Ana Rita Cavaco sai de cena, Luís Filipe Barreira sucede-lhe

Recorde-se que, na passada semana, a Ordem dos Enfermeiros foi a eleições. Na corrida estavam duas listas: a Lista A candidatou-se à liderança Nacional e a todas as Secções Regionais, enquanto a Lista B apresentou candidatura apenas à secção regional da Madeira.

A corrida à sucessão de Ana Rita Cavaco chegou a ter mais um nome, o do especialista em saúde infantil e pediátrica Mário André Macedo que anunciou a candidatura, a 22 de julho, em Leiria, mas que viu a lista ser excluída com o argumento de que a entrega de documentos decorreu fora do prazo.

O novo bastonário acabou por ser eleito com 71% dos votos, segundo os dados provisórios divulgados pelo organismo que revelam uma abstenção próxima dos 80%. Luís Filipe Barreira foi eleito para o mandato 2024/2027.

Ana Rita Cavaco, bastonária cessante, estava impedida de concorrer por limitação de mandatos, somando sete anos de liderança.

De acordo com o Estatutos da OE, criada em 1998, os titulares e membros dos órgãos da ordem são eleitos para mandatos com a duração de quatro anos e não podem assumir mais de dois mandatos consecutivos.

Com LUSA

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