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"Politiquice irresponsável": PS aponta dedo a Moedas por ameaçar suspender obras do Metro

"Deve ser a primeira vez que um autarca anuncia, supostamente para proteger a circulação automóvel, a intenção de parar as obras de expansão de um transporte público de massa, como o Metropolitano", argumentaram os socialistas.

CANVA

Lusa

O PS na Câmara de Lisboa criticou esta segunda-feira a ameaça de suspensão das obras do Metropolitano por parte do presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD), considerando que "é politiquice irresponsável", inclusive por se desresponsabilizar pelo "falhanço estrondoso" na mobilidade.

O presidente da Câmara de Lisboa considerou que os atrasos nas obras do Metro são "o grande obstáculo à circulação" na cidade, ameaçando exigir a suspensão dos trabalhos se o calendário de execução não for cumprido.

"Os lisboetas não aceitam que se encarem estes atrasos com normalidade. Como presidente da câmara, exijo que haja um plano público que seja cumprido com urgência. Se assim não for, terei que exigir ao Governo que em determinadas zonas da cidade se parem imediatamente as obras", afirmou Carlos Moedas, reiterando que o Metropolitano devia ser gerido pela Câmara Municipal de Lisboa e não pelo Governo.

Para a vereação do Partido Socialista (PS), as considerações do social-democrata Carlos Moedas refletem uma "visão distorcida" das prioridades da cidade, em que a interrupção das obras do Metro "seria uma perigosa e inaceitável redefinição de prioridades, com sérios danos para Lisboa e os lisboetas".

"Deve ser a primeira vez que um autarca anuncia, supostamente para proteger a circulação automóvel, a intenção de parar as obras de expansão de um transporte público de massa, como o Metropolitano", argumentou o PS, defendendo que o reforço da rede de transportes públicos é condição primordial para diminuir a circulação automóvel na cidade.

Por outro lado, os vereadores do PS acusaram Carlos Moedas de responsabilizar as obras do Metro pelo "caos do trânsito" na cidade.

"É mais uma forma de Moedas se desresponsabilizar pelo falhanço estrondoso do seu plano para retirar carros da Baixa e os conduzir pela '5.ª Circular' de Lisboa", afirmaram os socialistas, considerando que o plano de mobilidade da liderança PSD/CDS-PP foi "apenas uma medida de propaganda política, oca de aplicação prática", porque "até hoje ninguém viu um carro ser desviado ou proibido de entrar na Baixa".

Em causa está a nova linha Circular do Metropolitano de Lisboa, que vai ligar a estação do Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais dois quilómetros de rede, e que irá criar um anel circular no centro da cidade, e interfaces que conjugam e integram vários modos de transporte.

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