O Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN) decidiu avançar com uma “auditoria interna" ao caso das gémeas, que vivem no Brasil e, que receberam um tratamento de quatro milhões de euros no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
“O Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte decidiu dar início a uma auditoria Interna para aferir sobre os procedimentos que foram realizados antes e durante o tratamento para a Atrofia Medular Espinhal administrado a duas gémeas em 2020”, lê-se no comunicado enviado às redações.
O CHULN informa que até estar concluída essa auditoria, “não fará qualquer comentário” sobre o caso.
Saliente-se que, em simultâneo, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) tem já em curso uma inspeção ao “processo de prestação de cuidados de saúde às duas crianças para verificar se foram cumpridas todas as normas aplicáveis a este caso concreto”.
Em causa está uma reportagem da TVI, segundo a qual duas gémeas luso-brasileiras vieram a Portugal receber o medicamento Zolgensma, - um dos mais caros do mundo - para a atrofia muscular espinhal, que totalizou no conjunto quatro milhões de euros.
Segundo a TVI, há suspeitas de que isso tenha acontecido por influência do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já negou qualquer interferência no caso.
Segundo o chefe de Estado, o que está em causa é saber "se interferiu, ou não interferiu, isto é, se pediu um empenho, pediu uma cunha para que sucedesse uma determinada solução favorável a uma pretensão de duas crianças gémeas doentes".
"Vendo a reportagem, ninguém aparece a dizer que eu falei com essa pessoa. Ninguém. Diz-se, consta, parece que sim, parece que, parece que havia família [do Presidente] que estava empenhada, por amizade, nisso. Mas ninguém em relação ao Presidente. E só há um Presidente. A família do Presidente não foi eleita, não é Presidente", salientou Marcelo Rebelo de Sousa.