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Marcelo "não percebe o alarido" e afasta confusão com chefe da missão diplomática da Palestina

O Presidente da República afirmou-se surpreendido com o "alarido" provocado por ter dito, na sexta-feira, ao chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal que, desta vez, foi um grupo do lado palestiniano a iniciar as hostilidades com Israel.

Ana Geraldes

Rui Violante

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nega que tenha criado um problema com as polémicas declarações sobre a guerra de Israel com o embaixador palestiniano. Marcelo diz que falou quando devia e alinhado com o Governo.

"Não houve confusão. A política externa é conjunta - Governo, Presidente da República e Parlamento. O primeiro a comentar o ataque foi o ministro dos Negócios Estrangeiros, depois o primeiro-ministro e depois eu (...). Como imagina, um determinado lado, não gostou nada", afirma.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à margem do V Encontro de Cuidadores Informais, que decorre este sábado em Setúbal.

O Presidente da República afirmou-se surpreendido com o "alarido" provocado por ter dito, na sexta-feira, ao chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal que, desta vez, foi um grupo do lado palestiniano a iniciar as hostilidades com Israel.

"Nem percebo o alarido, não percebo. Foi o embaixador da Palestina que levantou a questão, não fui eu. Ele é que disse que a situação era muito complicada e deu as suas razões. No meu comentário, eu disse: atenção, é muito importante a moderação. E depois disse que foi pena que este caso tivesse nascido de um determinado lado", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.

"E agora até faz todo sentido o que eu disse, porque há sinais de que pode haver cessar-fogo, se houver um acordo sobre os sequestrados", acrescentou.

Declarações polémicas

Durante uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa, na sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse ao chefe da missão diplomática da Palestina em Portugal que alguns palestinianos "não deviam ter começado" esta guerra com Israel e aconselhou-os a serem moderados e pacíficos.

Quando Nabil Abuznaid invocou "a ocupação de 56 anos", o chefe de Estado respondeu: "Eu sei, mas não deviam ter começado".

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