As urgências pediátricas dos hospitais centrais estão a ficar cada vez mais sobrecarregadas. Nos próximos dias, na região de Lisboa, ficam a funcionar à noite, apenas o D. Estefânia e o Santa Maria e são de esperar longas horas de espera. Os médicos alertam para a capacidade de se fazer uma triagem certa, que permita encaminhar para estas unidades os casos verdadeiramente urgentes.
Há cerca de uma semana, o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo fez soar o sinal de alarme ao dizer que o mês de novembro que se aproxima poderá ser o pior mês “em termos de resposta de urgência” dos últimos 44 anos.
Em causa, a recusa dos médicos em passar a fronteira da lei no que diz respeito às horas extra nas urgências nos últimos dois meses. Foram já 2.500 os que entregaram o pedido de recusa, mas o número pode chegar a 3.500.
Santa Maria e Dona Estefânia são as únicas opções
Vários serviços serão afetados, incluindo a pediatria. Na Grande Lisboa, vão ficar apenas duas urgências pediátricas a funcionar: a do Santa Maria e o do Dona Estefânia.
A urgência pediátrica no Amadora-Sintra vai fechar, a partir das 20:00 até às 8:00 do dia seguinte. No Dona Estefânia, o que tem vindo a ser complicado vai ficar ainda pior e os tempos de espera deverão aumentar devido à sobrecarga dos serviços de urgência.
Torna-se determinante a triagem, a forma como é feita a referenciação de cada doente e como chegam aos hospitais centrais que, aos poucos, vão ficando sobrecarregados .
Não existe, para já, dentro do Dona Estefânia o risco de um fecho forçado da porta da urgência ainda que exista o peso da insatisfação, preocupação e descontentamento. Existem sim a certeza dentro das equipas médicas de que o o esforço suplementar é para continuar.