País

Médicos acusam Governo de falta de transparência na escolha da diretora-geral da saúde

A nova diretora-geral da saúde foi escolhida pelo ministro Manuel Pizarro por não terem sido encontrados três candidatos com mérito. A Associação dos Médicos de Saúde Pública entende que o concurso foi pouco transparente e prejudica a DGS. Rita Sá Machado toma posse na próxima semana, para um mandato de cinco anos.

Catarina Lázaro

Hugo Garrido

Luís Nobre Botas

Francisco Carvalho

Há uma polémica na escolha da nova diretora-geral da saúde. Rita Sá Machado foi escolhida pelo ministro da Saúde, porque não apareceram a concurso candidatos com mérito. Os médicos de saúde pública dizem que há falta de transparência e o ministro não responde a perguntas.

Passou quase um ano desde que Graça Freitas anunciou a saída da Direção Geral da Saúde.

O primeiro concurso para escolher o sucessor na liderança da DGS ficou vazio.

Em julho, o procedimento foi repetido, mas a Comissão de Recrutamento e Seleção da Administração Pública não conseguiu encontrar três candidatos com mérito para propor ao Governo.

Coube ao ministro da Saúde escolher e nomear para o cargo Rita Sá Machado, depois do currículo da médica de 36 anos ter sido aprovado pela CRESAP.

Todo este processo levanta dúvidas à Associação dos Médicos de Saúde Pública.

“Foi surpreendente, pouco transparente e lesivo para a instituição, era importante que divulgasse quem se candidatou e perceber os critérios para esta nomeação extraordinária”, diz Gustavo Tato Borges da Associação dos Médicos de Saúde Pública (ANMSP).

Gustavo tato Borges sublinha que eram conhecidos vários candidatos ao cargo, como o atual e antigo subdiretor-geral da saúde.

Rita Sá Machado acabou por ser a escolhida

“Não consigo entender como não foram identificados candidatos. A Rita tem currículo invejável, havia dois candidatos Rui Portugal e André Peralta, mais colegas da região norte, acrescentou Tato Borges.

O Jornal de Negócios lembra que esta não é a primeira vez que os concursos da comissão de recrutamento para cargos de topo na administração pública
ficam desertos.

O médico de saúde pública destaca a exigência das funções e defende condições mais atrativas.

“Basta olhar para os critérios. O Governo tem de criar condições para que queiram trabalhar na administração do Estado”, conclui Gustavo Tato Borges.

A nova Diretora Geral da Saúde desempenhava, até agora, funções em Genebra como conselheira da Organização Mundial de Saúde na área da saúde e migrações.

Antes tinha sido chefe de divisão de epidemiologia e estatística da DGS. Toma posse dentro de uma semana, para um mandato de cinco anos.

Últimas