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SEF detém líder de grupo criminoso procurado por Espanha

O cidadão estrangeiro, líder de um grupo criminoso com células em Portugal, Espanha, França, Alemanha, Ucrânia e Moldávia, foi detido no concelho de Sintra.

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Ana Lemos

O Serviço de Estrangeiros e fronteiras (SEF) informa que esta manhã, de quinta-feira, e no decurso da investigação denominada ‘Three Strikes’, foi detido o “líder de grupo criminoso procurado por Espanha”.

Sobre o detido, de 50 anos, pende uma indicação Schengen de não admissão em Espaço Schengen, inserida por Portugal, e um mandado de detenção europeu, inserido pelas autoridades espanholas, por fortes indícios da existência de uma organização criminosa estruturada e permanente ao longo do tempo, dirigida pelo agora detido, e com ramificações internacionais. Esta organização criminosa montou num armazém em Ourense, Espanha, uma fábrica ilegal de cigarros da marca Marlboro, usando mão de obra ilegal”, refere o SEF, no comunicado enviado às redações.

O cidadão agora detido era conhecido das autoridades nacionais desde 2002 “pelo nome de Borman", e como "líder de um grupo criminoso que angariava cidadãos oriundos sobretudo da Ucrânia e Moldávia”.

“Estes eram trazidos para Portugal onde, supostamente, lhe prometiam trabalho e melhores condições de vida. Durante o percurso até nosso país, em carrinhas, os imigrantes eram regularmente intercetados em bombas de combustíveis por elementos da rede, já acordadas com os motoristas, e extorquidos ao longo da viajem, mediante ameaças e violência que ,muitas das vezes, se concretizava”, explica o SEF.

Uma vez em Portugal, esses imigrantes “eram despojados dos seus pertences, documentos e dinheiro, ficando à mercê da rede criminosa” que encaminhava os homens para “obras de construção civil”, e as mulheres “em casas de alterne e de prostituição”, sendo obrigados a pagar, “sob ameaças e agressões, metade do seu ordenado sob o pretexto de uma alegada proteção contra outros mafiosos”.

O cadastro de ‘Borman’

No comunicado, o SEF lembra que ‘Borman’ foi, em maio de 2002, condenado pelo Tribunal de Cascais a 18 anos de prisão, pela prática dos crimes de associação criminosa, sequestro, extorsão, detenção de arma proibida, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos.

Anos mais tarde, em 2018, voltou a ser condenado num outro processo a oito anos de prisão, “pela prática dos crimes de falsificação de documentos, com pena acessória de expulsão pelo período de 10 anos, com interdição de entrada em Portugal, a qual violou”.

A operação ‘Three Strikes’ contou com 15 inspetores do SEF e quatro da Polícia Judiciária (PJ), tendo sido apreendidos "vários documentos falsificados, 55 mil euros em dinheiro e duas viaturas".

O detido será agora presente ao “Tribunal da Relação competente para ulteriores trâmites processuais”.

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