Na primeira intervenção na SIC Notícias, Pedro Nuno Santos descartou candidatar-se à liderança do Partido Socialista e às eleições europeias de 2024.
“Essa função não está na minha cabeça, neste momento”, começou por dizer. Sobre as eleições europeias, diz não ter “qualquer vontade, ambição e gosto”.
Esta segunda-feira, o ex-ministro das Infraestruturas garantiu estar dedicado a “intervir politicamente de todas as formas”. Disse ainda que não faz sentido eleger um secretário-geral do Partido Socialista que não seja primeiro-ministro.
Sondagem das legislativas: PSD “está numa encruzilhada”
Se as eleições fossem hoje, o PSD teria um resultado pior do que teve no ano passado. De acordo com a sondagem do ICS e ISCTE para a SIC e o Expresso, o PS voltaria a ganhar, mas ficaria muito longe da maioria absoluta.
Pedro Nuno Santos considera que os portugueses fazem uma avaliação negativa do Governo, “mas a verdade é que dão a vitória ao Partido Socialista”.
“O povo português, apesar de tudo, confia no Partido Socialista. O PSD está num encruzilhada e com grande dificuldade de afirmação do projeto”, disse o comentador SIC, que acredita que o problema dos sociais-democratas não está na liderança. “É um problema mais fundo”, defendeu.
O também deputado socialista dá destaque a um novo paradigma que se afirma nesta sondagem: a esquerda volta a conseguir a maioria em Portugal.
Crise na habitação: “Sou responsável por um programa que dará frutos”
Pedro Nuno Santos, que assumiu a pasta da habitação enquanto ministro, rejeita qualquer responsabilidade na crise da habitação e acredita que o Governo tem feito o trabalho necessário para encontrar soluções a curto, médio e longo prazo. Em sua defesa, diz que o Executivo de António Costa pôs em marcha o maior investimento de sempre na habitação pública, que ainda demorará a dar frutos, e que, a curto prazo, está apoiar as famílias.
O comentador SIC entende que o Pacote Mais Habitação é “equilibrado” e que as críticas que têm surgido são de partidos que se encontram em polos opostos e que defendem medidas totalmente contrárias.
Esta segunda-feira, Pedro Nuno Santos defendeu também a taxação de lucros dos bancos que advêm de aumentos administrativos por parte do Banco Central Europeu.
“Em 2011, 2012, os portugueses foram chamados a injetar milhares de milhões de euros quando a banca precisou”, apontou.
TAP: Pedro Nuno defende que Estado mantenha maioria do capital
Pedro Nuno Santos admite que a TAP foi o dossiê mais difícil que teve em mãos, mas que acabou por chegar a bom porto, com resultados positivos mesmo antes do esperado.
Sobre a privatização da companhia aérea portuguesa, diz que mantém a posição que defendia em 2015.
“Defendo a abertura do capital da TAP a um grupo de aviação, não a fundos nem a instituições financeiras, mas que o Estado mantenha a maioria do capital”, referiu.
Novo aeroporto: “Método tem origem no acordo entre PSD e Governo”
O ex-ministro, que também tinha a seu cargo a pasta do novo aeroporto, criticou a posição do PSD que agora coloca em causa a idoneidade da coordenadora da comissão técnica para o novo aeroporto, Rosário Partidário, quando, em tempos, apoiou a sua nomeação.
E, por isso, considera que o PSD poderá ter um destes dois objetivos:
“Tentativa de condicionamento da coordenadora” ou está a “preparar o terreno para ter argumentos para não aparecer na fotografia ao lado do primeiro-ministro no anúncio do novo aeroporto em véspera de eleições europeias”, concluiu.