Os professores e educadores realizam esta sexta-feira uma greve nacional a exigir melhores condições de trabalho, sendo a primeira paralisação no atual ano letivo convocada pela plataforma de nove estruturas sindicais.
Cerca de três semanas após o arranque do ano letivo, docentes e educadores voltam a parar para exigir velhas reivindicações, como a contabilização integral do tempo de serviço congelado: seis anos, seis meses e 23 dias.
O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Mário Nogueira, esteve esta sexta-feira na manifestação à entrada do Centro Escolar Norton de Matos, em Coimbra. Defendeu que é uma vergonha existirem professores que são deputados e que votam contra as propostas para melhorar a profissão.
"É lamentável que alguns colegas nossos, que são deputados do Partido Socialista (PS), tenham conseguido votar contra os seus colegas, esquecendo-se que se estivessem nas escolas, era o salário dos colegas que eles tinham", referiu.
Porto: adesão de 100% à greve nas escolas de Gondomar
No Grande Porto, a adesão à greve dos professores foi elevada com dezenas de escolas encerradas. No agrupamento de escolas de Gondomar, a adesão à greve foi de 100%, o que significa que 2.500 alunos ficaram sem aulas. Para os pais, a paralisação é preocupante.
Algarve: pelo menos 50 escolas e jardins de infância fechados
No Algarve, pelo menos 50 escolas e jardins de infância fecharam devido à greve. O sindicato tentou sensibilizar os pais para as razões de mais um protesto. Estima-se que, num balanço feito durante a manhã desta sexta-feira, 80% dos professores da região tenham aderido à greve.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro voltou a rejeitar a hipótese de uma recuperação integral do tempo de serviço dos professores, defendendo que o custo "é insustentável para o país" e que "tem de haver equidade" para todas as carreiras da função pública.
Em resposta às declarações de António Costa, os dirigentes sindicais garantiram que os professores não vão desistir e que a luta vai continuar.