O hospital Curry Cabral tem o primeiro centro cirúrgico robótico público de Portugal e, pela primeira vez, foram operados dois doentes em simultâneo.
Apesar de a cirurgia robótica ser mais cara, os médicos defendem que permite uma recuperação mais rápida e com menor dor pós-operatória para o doente.
A SIC acompanhou o trabalho da equipa liderada por António Albuquerque, que colocou um bypass gástrico a uma mulher com excesso de peso.
Ainda que o novo modelo seja muito idêntico ao que já é utilizado há três anos no hospital Curry Cabral, há algumas diferenças que obrigam a equipa médica a adaptar-se antes mesmo de dar início à cirurgia.
No caso da doente que fez uma cirurgia por causa da obesidade, teve de ficar imobilizada e a maca exatamente no mesmo sítio durante toda a cirurgia. Foi anestesiada e é provável que, quando acordar, sinta dores nas costas e no pescoço ainda que a intervenção seja no estômago.
Na cirurgia robótica, o paciente tem de permanecer com a cabeça mais inclinada para baixo e o abdómen mais elevado, uma posição que leva a maiores alterações fisiológicas como a tensão arterial ou os níveis de oxigénio.
A cirurgia robótica é uma alternativa à laparoscopia, vulgarmente conhecida pela cirurgia dos furinhos. Na laparoscopia, os cortes para aceder ao interior do corpo são praticamente do mesmo tamanho e o cirurgião também opera visualizando as imagens transmitidas por uma micro câmara. A grande diferença está nas mãos: na laparoscopia o médico manipula diretamente os instrumentos cirúrgicos, enquanto na cirurgia robótica, as mãos operam uma espécie de joystick.
O robô evita o tremor que pode decorrer da mão humana e a experiência tem revelado que os doentes têm menos perdas de sangue.