A Ordem dos Enfermeiros (OE) volta a contestar, esta quinta-feira, a decisão do Governo que permite dar formação aos farmacêuticos para que possam administrar vacinas contra a covid-19 nas farmácias.
Os farmacêuticos das farmácias comunitárias vão poder administrar as vacinas contra a covid-19 em simultâneo com a vacinação da gripe durante a campanha Vacinação Sazonal Outono-Inverno 2023-2024, segundo uma portaria publicada no dia 17 de agosto em Diário da República.
Segundo a Ordem dos Enfermeiros, “a administração de vacinas não é competência desses profissionais de saúde”.
Deste modo, a OE defende que as farmácias possam administrar vacinas desde que contratem enfermeiros para este efeito.
“Estas vacinas poderão ser administradas nas farmácias desde que as mesmas contratem enfermeiros para o efeito, tal como prevê a portaria que define os serviços prestados nas farmácias comunitárias e cuja alteração em 2018 permite prestar alguns serviços de Enfermagem nestas farmácias”, lê-se no comunicado da OE.
A OE recorda ainda a “alteração levou à assinatura de um protocolo entre a Ordem dos Enfermeiros e a Associação Nacional de Farmácias para a contratação de Enfermeiros para a prestação destes cuidados”.
A administração de vacinas e medicamentos injetáveis por farmacêuticos nas farmácias comunitárias está consagrada na lei desde 2007, mas continua a ser contestada pela Ordem dos Enfermeiros.
"A Ordem dos Enfermeiros defende a segurança dos cuidados prestados às pessoas numa lógica de respeito pelas competências profissionais próprias de cada classe profissional. Por comparação, não passa pela cabeça da Ordem dos Enfermeiros administrar formação 'ad hoc' para que os enfermeiros vendam medicamentos", sublinha no comunicado..
A portaria assinada pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirma que a vacinação contra a gripe nas farmácias comunitárias decorreu "de forma mais rápida", permitindo "atingir, num período de tempo mais curto, a proteção populacional".
Além disso, a distribuição geográfica e o horário de funcionamento das farmácias comunitárias tornam o processo de vacinação "mais cómodo para o utente", acrescenta o mesmo diploma.