O juiz Carlos Alexandre disse esta terça-feira estar “à mercê de qualquer ajuste de contas”, depois de ter ficado sem o carro que lhe tinha sido atribuído pelo Ministério da Justiça.
Carlos Alexandre começou a sessão desta terça-feira do debate instrutório do caso “Xuxas” a explicar que chegou atrasado porque lhe foi pedido que entregasse o carro que lhe tinha sido atribuído para sua segurança pessoal.
O juiz disse que a viatura lhe foi pedida porque era necessária para outra tarefa. Ele poderia ficar com o carro mais um ou dois dias, mas, disse Carlos Alexandre, nunca mais entrará nesse carro e foi devolvê-lo durante a manhã desta terça-feira.
Carlos Alexandre afirmou ainda que, sendo um magistrado com uma situação própria em Portugal, estava à mercê de qualquer ajuste de contas do passado porque esta terça-feira tinha de ir para casa pelos próprios meios.
Contactada pela SIC, fonte da PSP explica que a viatura atribuída ao juiz foi-lhe retirada pela Direção-Geral da Administração da Justiça, órgão do Ministério. A mesma fonte esclarece que Carlos Alexandre continua a ter direito a segurança pessoal e que mantém a avaliação de risco feita pelo SIS (Serviço de Informações de Segurança).
Depois de a SIC ter contactado o Ministério da Justiça com o intuito de apurar o motivo que levou à retirada da viatura a Carlos Alexandre, o problema foi resolvido. O juiz foi informado de que vai continuar a ter viatura e segurança pessoal, até estar concluída a reavaliação de risco que será feita pelo SIS.
Recorde-se que, em junho, foi anunciada a colocação de Carlos Alexandre no Tribunal da Relação de Lisboa, uma colocação natural conforme a progressão de carreira de um juiz.
Debate instrutório do caso “Xuxas"
Rúben Oliveira, conhecido por “Xuxas”, é o principal arguido do megaprocesso de tráfico internacional de droga. Durante uma hora, o advogado deste alegado maior traficante português voltou a insistir que a investigação está baseada em mentiras e questionou a prova obtida em França.
O Ministério Público (MP) quer que os 21 arguidos sejam levados a julgamento e considera inequívocos os indícios de que Rúben Oliveira liderava a rede de tráfico de cocaína.
O MP quer ainda juntar ao processo mais 185 mil euros, dinheiro escondido na carroçaria do carro utilizado por José Afonso, sócio de Ruben Oliveira, conhecidos por “Xulinhas” e “Xuxas”.
[Notícia atualizada ás 14:23]