Faltam mais de sete mil militares nas Forças Armadas. Só em 2022 saíram mais de dois mil. Há mais chefes do que soldados.
A saída de militares das Forças Armadas está a bater recordes. De acordo com dados avançados pelo Jornal Expresso, no ano passado saíram da armada mais de dois mil efetivos, sendo a maioria soldados e os cabos.
Seriam necessários mais sete mil para que se cumprisse o número de militares necessários.
O Exército é o ramo com mais pessoas a abandonarem a profissão. Esta fuga faz com que haja mais chefes do que soldados nas Forças Armadas Ou seja, para cada soldado há dois chefes.
A degradação da condição militar a má qualidade das instalações e dos equipamentos, a sobrecarga de trabalho e a falta de perspetivas são razões apontadas pelos profissionais ao Jornal Expresso.
O Ministério da Defesa encontra outra explicação para o problema.
Nomeadamente na "reabertura do mercado de trabalho global que tem um impacto nos níveis de atratividade e retenção, sobretudo em tempos de baixo baixos níveis de desemprego".
O problema já está a ter impacto. Há militares em serviço nas missões internacionais que estão sobrecarregados, porque não há quem assegure as rotações, por exemplo, na Roménia ou na República Centro-Africana.