Desde 2009 que o Serviço Nacional de Saúde recebe médicos da América Latina. Chegam a Portugal inseridos em protocolos assinados entre os governos portugueses e o Estado cubano.
No final do ano passado, havia quase dois mil médicos estrangeiros a trabalhar no SNS, 58 dos quais cubanos. A SIC foi conhecer dois: uma médica veio no âmbito dos protocolos e outro que resolveu ficar em Portugal por sua conta e risco.
Há 10 anos que entra e sai do hospital de Abrantes, mas há já 14 que vive em Portugal. Joel Bordon Marquez é anestesista e nasceu em Cuba há 50 anos.
Lisandra Diaz diz que foi bem recebida pela população de Odemira, onde vive desde 2014 e para onde foi enviada pelo Governo cubano a pedido do Governo português. Lisandra é mais uma médica de Cuba que decidiu ficar em Portugal, no fim do tempo de trabalho acordado entre os dois países.
Qualquer médico que venha de fora da União Europeia tem de conseguir que a habilitação que traz seja reconhecida pelas escolas médicas portuguesas e tem de se inscrever na Ordem dos Médicos.
Para que isso aconteça, precisam de provar que conseguem entender a língua portuguesa e ser entendidos pelos pacientes. Finalmente, um médico especialista ainda tem de se apresentar perante um júri nacional que analisa o currículo do candidato.
O Governo cubano diz que já enviou mais 400 mil trabalhadores do setor da saúde para cerca de 164 países, para apoiar em crises sanitárias, em desastres naturais, na pandemia da covid-19 e também para auxiliar sistemas nacionais de saúde com falta de pessoal médico.