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Estado da Nação: Rui Rocha acusa Costa de falhar como "presidente do sindicato dos portugueses"

Rui Rocha acusou, no Parlamento, o primeiro-ministro de falhado como “presidente do sindicato dos portugueses, garante de estabilidade e de combate à corrupção”. Na resposta, António Costa indicou que há atualmente mais portugueses empregados.

TIAGO PETINGA/Lusa

SIC Notícias

Lusa

O presidente da Iniciativa Liberal acusou, esta quinta-feira, o primeiro-ministro de ter falhado como “presidente do sindicato dos portugueses, garante de estabilidade e de combate à corrupção”, pedindo que deixe os portugueses trabalhar, com Costa a indicar que há atualmente mais portugueses empregados.

"Senhor primeiro-ministro o senhor falhou como presidente do sindicato dos portugueses, o senhor falhou como garante de estabilidade e o senhor continua a falhar no combate à corrupção", disse Rui Rocha durante o debate sobre o estado da nação que decorre na Assembleia da República.

Para o deputado, o chefe do Governo falhou sobretudo aos portugueses.

Estes foram os três títulos -- presidente do sindicato dos portugueses, garante de estabilidade e de combate à corrupção -- que António Costa arrogou nas últimas três semanas, sublinhou o liberal, referindo que não cumpriu nenhum deles.

Colocando o primeiro-ministro na qualidade de presidente do sindicato dos portugueses, Rui Rocha recorreu ao exemplo de uma trabalhadora, que apelidou de Maria, que ganha 1.100 euros brutos e que devido à sua produtividade teve um aumento de 100 euros o que representa, para a empresa, um custo de 123,75 euros.

"Mas, agora vamos ver como é que se dividem estes 123,75 euros: para a Maria, senhor primeiro-ministro, vão 60 euros e para o Estado, senhor primeiro-ministro, vão 63,11 euros. Isto quer dizer que o Estado, senhor primeiro-ministro, leva mais do que a Maria", especificou o liberal, recorrendo a uns pequenos sacos com notas para exemplificar a situação.

António Costa, como presidente do sindicato dos portugueses, fica com mais dinheiro no bolso do que um trabalhador que ganha 1.100 euros, concluiu.

Na resposta, o primeiro-ministro apontou erros às contas da Iniciativa Liberal explicando que, tendo em conta as novas tabelas de retenção na fonte que entraram em vigor no dia 1 de julho, esse aumento de 100 euros daria lugar a uma retenção de 11 euros em sede de IRS e 12 euros em Segurança Social.

Já como garante de estabilidade, Rui Rocha considerou que António Costa também falhou porque não consegue "pôr ordem na própria casa", lembrando a saída de 13 governantes em pouco mais de um ano e meio.

"E isto não são casos e casinhos senhor primeiro-ministro, como gosta de dizer, isto quando muito são casos e cravinhos porque o ministro Cravinho também deve explicações ao país de tudo aquilo que se passa na defesa e, portanto, estes casos e cravinhos não são estabilidade", disse.

Rui Rocha sublinhou ainda que o líder do Governo fracassou no combate à corrupção, recordando o caso do ex-secretário de Estado Adjunto Miguel Alves que, quando ingressou no Governo, já era arguido em processos judiciais.

O primeiro-ministro é rápido na propaganda, mas muito lento no combate à corrupção, frisou.

O liberal aproveitou a ocasião para pedir ao líder do executivo para deixar os portugueses trabalhar e levar para casa a justa compensação pelo seu esforço e pelo seu trabalho.

Na resposta ao apelo, António Costa lembrou que a taxa de desemprego em 2015 era de 12,6% e hoje é de 6%, o que significa mais de quatro milhões de pessoas que estão hoje "felizmente" a trabalhar em Portugal.

[Notícia atualizada às 17:47]

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