Durante uma hora desta segunda-feira, foi a vez dos 120 funcionários do tribunal de Gaia vestirem a camisola do protesto, que nos últimos meses tem parado os tribunais, pedem justiça para quem a faz.
Os funcionários queixam-se de “desrespeito pela justiça, desconsideração por parte da tutela em relação aos oficiais de justiça.”.
"Se perguntarem o que está mal na justiça, perdemos muito tempo. Se calhar é melhor perguntar o que está bem na justiça, nada. Eu estou a chefiar uma secção em que diariamente peço desculpa às pessoas por não conseguir satisfazer as necessidade de justiça que elas me apresentam. Não tenho funcionários, os funcionários que tenho estão super desgastados." Fernando Fonseca, Funcionário.
O descongelamento das carreiras e a integração no salário do suplemento de compensação, lideram as exigências de um protesto que começou em maio e que já adiou mais de 70 mil diligências.
“Atenção que estes são os adiamentos diretos, mas o efeito indireto pela remarcação poderão levar a que muitas outras venham a ser feitas até ao final do ano. Mais de oito milhões de atos que deixaram de ser praticados, o que quer dizer que nós iremos demorar alguns anos a recuperar todos estes constrangimentos, mas a responsabilidade tem de ser imputada ao silêncio e à inação do Governo” António Marçal, presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais
Os funcionários acusam o Governo de total ausência de diálogo e querem uma reposta às exigências.
“ A falta de oficiais de justiça é um problema que a própria Comissão Europeia já alertou o Governo Português que o Estado de Direito está em perigo. Portanto, está na altura de António Costa colocar nas suas mãos a resolução deste problema.” disse António Marçal
As greves parciais vão continuar de forma faseada durante esta semana. Para sexta-feira está marcada uma greve nacional de 24 horas.