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“A nação que matou África”, Padrão dos Descobrimentos novamente vandalizado

A ato de vandalismo acontece poucos dias depois de ser divulgado que a Direção-Geral do Património Cultural está a avaliar a classificação da obra como monumento nacional e de interesse público.

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SIC Notícias

O Padrão dos Descobrimentos foi novamente vandalizado. Desta vez, foram escritas acusações numa das bases das esferas armilares. “A nação que matou África” e "Wakanda forever" são as frases inscritas no monumento, numa referência a um país africano imaginário criado pelo universo Marvel. De acordo com o jornal Público, o ato de vandalismo terá acontecido na terça-feira.

A aguardar classificação pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) como monumento nacional ou imóvel de interesse público, o conjunto escultórico do Padrão dos Descobrimentos foi novamente pichado, como já tinha sucedido há quase dois anos.


De acordo com o Público, o ato de vandalismo registado esta semana atingiu não o corpo principal do monumento em forma de caravela estilizada, mas a base de uma das esferas armilares que o ladeiam.

O teor da inscrição, que ocupa cerca de um metro quadrado de pedra, indica que se poderá tratar novamente de obra de ativistas, à semelhança do que sucedeu em agosto 2021.

A EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural) confirma que houve "pichagem nas áreas junto ao Padrão dos Descobrimentos", mas ressalva que nada foi detetado no próprio Padrão.


As pichagens "eram de dimensão reduzida e não provocaram danos, tendo sido possível remover as mesmas", adianta.


A EGEAC não sabe quem foram os autores das pichagens, remetendo essa informação para as autoridades competentes.


"Estamos a acompanhar todo o processo e, obviamente, a desenvolver procedimentos que procurem evitar novas situações, numa articulação com as autoridades policiais", frisa a empresa municipal.

Em agosto de 2021, a Polícia Judiciária (PJ) confirmou que uma cidadã estrangeira foi identificada como suspeita da vandalização do Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa.




ANTÓNIO COTRIM

Leila Lakel, estudante de arte em Paris, foi considerada suspeita do ato de vandalismo após ter publicado na rede social Instagram um vídeo da mensagem grafitada, acompanhado da legenda: "Está feito. Adeus Lisboa".

O monumento localiza-se em Belém e foi inaugurado em 1960 para homenagear as figuras históricas nos descobrimentos marítimos levados a cabo pelos portugueses.

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