Os criadores de gado da região de Portalegre estão a vender ou a mandar abater cabeças de gado. A seca e a inflação fizeram disparar os custos de produção e os criadores avisam que em breve os preços da carne podem subir ainda mais.
Segundo a Associação de Agricultores, os leilões de gado são atos cada vez mais concorridos, uma vez que a dificuldade em manter os efetivos no campo é cada vez maior.
Os produtores dizem que são obrigados a vender devido à falta de alimento provocada pela seca. Francisco corado, um produtor de gado de Portalegre, por exemplo, já se desfez de mais de 10% do efetivo, mas há casos bem mais graves e aos leilões chegam cada vez mais animais adultos e em idade produtiva.
Outras dificuldades
Para além da seca, a guerra, a inflação galopante que fez disparar custos de produção e a dificuldade em arranjar alimento para os animais tornaram a produção de gado numa atividade dispendiosa e que dificulta a vida de quem se dedicada ao setor.
Os agricultores pedem ao Ministério da Agricultura outra agilidade em perceber estes problemas e mais eficácia na distribuição de apoios. A ministra da Agricultura, Maria do céu Antunes, já terá pedido apoio em Bruxelas para enfrentar os efeitos da seca em Portugal, sendo certo que a Comissão Europeia vai propor a mobilização da Reserva Agrícola, que tem disponíveis 250 milhões de euros para ajudar nesta fase os agricultores.
Portugal registou um agravamento significativo de seca no decorrer do mês de abril de 2023, com consequentes impactos negativos na atividade agrícola, cobrindo mais de 40% do território nacional.