Duarte Cordeiro diz que as suspeitas que têm sido noticiadas “são falsas e caluniosas”. Esta quarta-feira, o ministro do ambiente voltou a dizer que não foi chamado nem ouvido pelo Ministério Público.
“As intenções que me dizem respeito apresentadas na reportagem da TVI são falsas e caluniosas. Não têm qualquer adesão à realidade e não estão suportadas em nenhum facto”, afirma Duarte Cordeiro.
O ministro do Ambiente sublinha que, nas eleições autárquicas de 2017, o PS “não celebrou nenhum entendimento com o partido adversário”, nomeadamente o PSD. Em vez disso, “celebrou acordos coligatórios com outros partidos e movimentos de cidadãos”.
Duarte Cordeiro sublinha ainda que não teve “qualquer responsabilidade ou envolvimento no processo da Torre de Picoas” e que esse assunto “não dizia respeito a nenhum” dos pelouros que tutelava.
Voltou a frisar que não foi “chamado nem ouvido pelo Ministério Público relativo a nenhum destes temas”.
“Há cinco anos que ouço notícias e insinuações, continuo a ouvir notícias e insinuações. Desconheço qualquer suspeita que me diga respeito”, rematou.
Ministros negam alegada troca de favores entre PS e PSD
Num comunicado enviado após a investigação da TVI e da CNN Portugal, Fernando Medina e Duarte Cordeiro emitiram um comunicado onde garantem nunca ter sido notificados ou ouvidos pelo Ministério Público neste ou em qualquer outro caso. Garantem também que não participaram em qualquer pacto com o PSD.
Fernando Medina estará a ser investigado por corrupção, prevaricação e abuso de poder, enquanto era presidente da Câmara de Lisboa. Em causa, estará uma troca de favores combinada com o PSD.
O entendimento consistiria em ambos os partidos apresentarem candidatos fracos às juntas de freguesia para manter a mesma presidência.
Já o ministro do Ambiente terá influenciado projetos urbanísticos, nomeadamente o da Torre de Picoas, em Lisboa.
Haverá dezenas de escutas e e-mails trocados com dirigentes do PSD, entre eles Sérgio Azevedo, antigo vice-presidente do Grupo Parlamentar social democrata.
A operação Tutti Frutti remonta a 2016. A investigação começou depois de várias denúncias anónimas relacionadas com a contratação da empresa AmbiGold, que conseguiu contratos para a limpeza e conservação de jardins de três freguesias.
Montenegro pede justiça rápida, Ventura quer a demissão dos ministros
Os líderes do PSD e do Chega reagiram ao alegado envolvimento dos ministros das Finanças e do Ambiente no caso Tutti Frutti. Montenegro defendeu que é necessário "saber a verdade e tirar consequências" sobre a alegada troca de favores entre os dois partidos Lisboa, Ventura diz que os ministros não podem continuar no Governo.
"É impossível pactuar com a corrupção da democracia. Temos de saber a verdade e tirar consequências. Exige-se que a justiça seja rápida e conclua esta investigação", sublinhou Luís Montenegro numa publicação na rede social Twitter.
A publicação do líder social-democrata, feita pelas 00:30 desta quarta-feira, surge após uma reportagem emitida esta terça-feira à noite pela TVI sobre uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas.
André Ventura também utilizou as redes sociais para pedir a demissão de Medina e Cordeiro. O líder do Chega deixou ainda um apelo a Marcelo Rebelo de Sousa.
“Fernando Medina e Duarte Cordeiro não podem continuar no Governo depois de hoje. Simplesmente não podem! Volto a apelar ao Presidente da República: demita o Governo, as instituições estão em degradação acelerada e inaceitável!”, escreveu no Twitter.