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Com a época balnear à vista, por que razão faltam nadadores-salvadores?

Num ano normal, são precisos cerca de 5.300 vigilantes para todas as praias concessionadas em Portugal. Mas este ano só existem pouco mais de 4.300 profissionais credenciados no país.

SIC Notícias

Num ano normal, são necessários cerca de 5.399 nadadores-salvadores para as praias concessionadas em Portugal. Este ano, só existem cerca de 4.300 profissionais credenciados no país. Mas porquê? A SIC Notícias tentou perceber.

Em meados de maio, faltam cerca de 1.000 nadadores-salvadores. Em direto do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), o comandante Paulo Vicente diz que o problema não é a falta de profissionais. Refere mesmo que as "perspetivas são boas" para atingir o número necessário de nadadores-salvadores:

"Se analisarmos o mercado nos últimos anos, tudo aponta para que seja à volta de 5.200 e 5.500 o número que o mercado absorve e funciona. A meados de maio, quando temos cerca de 4.400, as perspetivas são muito boas para atingir esse valor".

No entanto, aponta para dificuldade das escolas na contratação, uma vez que esse "sistema é alimentado por jovens que estão a acabar a escola".

O comandante Paulo Vicente garante que o ISN começou a trabalhar no fim da época balnear passada: "Respondemos a solicitações das escolas e reunimos o número de certificações cuja validade vai terminar".

Em entrevista à SIC Notícias, lembra o risco de entrar no mar em praias não vigiadas.

"O mar de inverno é extremamente perigoso".

Se vir alguém "em dificuldades", não deve entrar no mar para salvar essa pessoa, deve antes "acionar meios de socorro".

A época balnear de 2023 vai integrar 589 praias de banhos, o que se entende como locais onde a “vigilância e a assistência a banhistas estão asseguradas por nadadores-salvadores”.

Quando abre a época balnear?

De acordo com a portaria assinada pelo secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, e pelo secretário de Estado do Ambiente, Hugo Pires, a abertura da época balnear será progressiva.

Isto é, inicia-se a 15 de maio em diversas praias do distrito de Faro. De seguida, a 1 de junho, abrem a maioria das praias no Centro e Sul do país e encerram entre agosto e setembro.

Na região Norte, por exemplo, quase todas as praias do litoral iniciam a época em 17 de junho e terminam em 10 de setembro. A exceção é a praia de Pedras Ruivas, em Caminha (distrito de Viana do Castelo), onde este período é mais curto, de 1 de julho a 31 de agosto.

Na região Tejo e Oeste a época tem início em diferentes datas entre maio e julho, terminando em setembro ou outubro. Cascais tem oficialmente a época mais longa, de 1 de maio a 15 de outubro, mas, tal como noutras regiões do país, outros municípios anunciaram vigilância também em maio, mesmo com a época formal a ter início em junho.

Nos Açores, a época começa em junho e encerra em setembro na maioria das praias, mas no ilhéu de Vila Franca (São Miguel) estende-se até 13 de outubro, e na Madeira o início dá-se sobretudo entre junho e julho e o fecho entre setembro e outubro. No Porto Santo e em Porto Moniz algumas datas de início estão fixadas em maio.

No caso das águas interiores, o início da época balnear vai ocorrer entre junho e julho.

Assim como na abertura, o encerramento da época balnear também vai ser progressivo e estima-se que seja a partir do fim de agosto. Com isto, prolonga-se até 30 de outubro com o encerramento das últimas praias, localizadas no Porto Santo.

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