Reagindo não à espuma dos dias mas às polémicas dos últimos tempos a envolverem o dossiê TAP e a atuação de ex e atuais governantes, o Presidente da República colocou de parte a hipótese de dissolução da Assembleia da República. Um dos argumentos para fazê-lo foi o facto de a oposição nem sequer apresentar uma alternativa viável de governabilidade.
Agora foi a vez do principal visado - o líder do PSD - responder às críticas de Marcelo Rebelo de Sousa. Recorrendo precisamente a uma expressão usada pelo Presidente, Luís Montenegro esclareceu que, tal como Marcelo, “não está no bolso de ninguém”.
“O PSD é oposição ao PS e ao Governo e só ao PS e ao Governo. Em segundo lugar, o PSD e o seu líder não estão no bolso de ninguém, têm total independência naquilo que é a sua ação política, e o PSD assegura ao país, aos portugueses, e também ao Presidente da República que é uma alternativa de Governo ao PS”, vincou o líder social-democrata.
Mais. “Se o sr. Presidente da República fizer uma avaliação diferente e suscitar um momento eleitoral antes de 2026, nós estamos prontos hoje [e] para tudo aquilo que for necessário”, conclui Montenegro.
O que disse Marcelo?
A partir de Murça (Vila Real), o Presidente da República reiterou que não está refém nem do Governo, nem da oposição. "O Presidente está no bolso dele e é livre e independente, um Presidente sensato é o primeiro a dizer que, na crise que vivemos, não faz sentido" a dissolução do Parlamento.
Apesar do recado a António Costa, de que o Governo não tomar como garantido a sua maioria absoluta, Marcelo disse também que a oposição não apresenta uma alternativa viável de governabilidade.