Os estudantes do Ensino Superior estiveram em protesto esta quinta-feira para pedirem o fim das propinas, uma educação pública gratuita, o financiamento das instituições e o reforço da Ação Social Escolas, com destaque para o alojamento.
Em Lisboa, a manifestação começou na Faculdade de Belas Artes e acabou em São Bento, reuniu mais de 500 alunos.
Sob o mote "Até quando o muro vai aumentar? Fim às barreiras no ensino superior", a manifestação, organizada por associações de estudantes de dez instituições de ensino superior juntou centenas de universitários, com reivindicações comuns.
"Este muro não aparece por acaso, é fruto de opções políticas de há muitas décadas para cá e é composto por vários tijolos", sublinhou Mafalda Borges, presidente da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
As propinas são, desde logo, a primeira barreira à entrada dos estudantes, refere Mafalda, enquanto um colega da Faculdade de Ciências acrescenta que "a única coisa que a propina faz é seriar aqueles que conseguem entrar no ensino superior dependendo das suas condições sócioeconómicas".
Quando Duarte Carvalho entrou na universidade viu colegas desistirem pouco tempo depois porque não conseguiram suportar todos os custos associados. A propina é apenas um entre muitos outros, sobretudo para estudantes deslocados.
"Cada vez temos recebido mais queixas, mais denúncias de estudantes que não conseguem pagar propinas, o passe, alimentação e ainda terem que estar a pagar uma renda no mercado privado. É muito preocupante", relatou também Mafalda.
Os representantes das associações de estudantes esperavam ser recebidos pelo primeiro-ministro, que está em Bruxelas. Acabaram a reunir-se com o Gabinete de Assessoria, num prédio em frente ao Palácio de São Bento. No entanto, saíram sem respostas e com uma promessa de uma nova reunião com o Governo.
As ações a propósito do dia nacional do Estudante continuam um pouco por todo o país esta sexta-feira.