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Mário Nogueira faz apelo aos pais: "Não levem os filhos à escola"

O líder sindical da Fenprof critica os serviços mínimos decretados para a greve dos professores e alerta que estes podem fazer com que as crianças fiquem "na rua".

SIC Notícias

Lusa

O secretário-geral da Fenprof diz que os serviços mínimos para os professores, decretados pelo tribunal arbitral, são uma afronta à função pública. Mário Nogueira pede aos pais que esta quinta e sexta-feira não levem os filhos à escola.

“Não tem sentido que um greve que é um dia hoje [quinta-feira] e um dia amanhã [sexta-feira] haja esses serviços forçados”, disse Mário Nogueira aos jornalistas.

Sobre a greve agendada para esta sexta-feira, o secretário-geral da Fenprof lembra que existe um pré-aviso de greve da função pública “que é para todo o país” e, por isso, os professores, “se quiserem, podem fazer greve, mesmo sem ser só no sul do país”.

Mário Nogueira deixa ainda um apelo aos pais: “Para nós é muito importante que os pais não levem os filhos à escola. Em primeiro lugar, por solidariedade com os professores e com as razões da sua lutas. E como os serviços forçados não são iguais em todo o lado, correm o risco dos alunos, a certa altura do dia, poderem ficar na rua.”

A greve dos professores decorre nos distritos de Coimbra para norte, seguindo na sexta-feira para os distritos de Leiria para sul. No entanto, os professores têm de assegurar serviços mínimos decretados na segunda-feira pelo tribunal arbitral, incluindo três horas de aulas no pré-escolar e 1.º ciclo e três tempos letivos diários por turma no 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário, de forma a garantir, semanalmente, a cobertura de todas as diferentes disciplinas.

O dirigente sindical salientou que os professores têm sentido "a solidariedade dos pais", realçando que a sondagem que aponta para uma grande maioria da população solidária com a luta dos docentes dá mais força ao seu protesto.

"Os motivos para continuar com a greve são mais do que muitos. Acabámos ontem [quarta-feira] uma consulta nacional aos professores. Daí resulta que os professores querem continuar a lutar e vão continuar a lutar. No dia 7 [de março], em Lisboa, diremos de que forma", referiu. Mário Nogueira considerou ainda que "há uma perseguição do Governo aos professores", recordando que para a greve na função pública, convocada para sexta-feira, não há serviços mínimos.

No sábado, haverá duas manifestações, no Porto e em Lisboa, com Mário Nogueira a sublinhar que as razões são mais do que muitas para uma grande adesão: "O tempo de serviço, as vagas, os problemas de precariedade e este tratado para desterrar os professores que é o regime de concursos que aí vem".

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