Em entrevista ao jornal Público e à Rádio Renascença, o ex-comissário europeu e atual autarca de Lisboa defendeu a imposição de contingentes para os imigrantes que querem instalar-se em Portugal, como forma de prevenir as degradantes condições em que muitos vivem. Sem querer comentar, mas comentando, o Presidente Marcelo considera que a questão não passa por Carlos Moedas mas pelo Governo e Parlamento.
“Não queria entrar nesse pormenor sob pena de cada um ter o seu ponto de vista um autarca vê o ponto de vista do seu município (…), acho que é uma questão que implica, obviamente, uma apreciação global e o Governo e a Assembleia da República estão em melhor posição para poderem olhar para os dados e dizerem onde é que há falta de mão de obra, como é, que tipo de imigração, há regimes diferentes para a imigração (…). Quer dizer, não pode ser na base do palpite diário”, disse Marcelo aos jornalistas.
Antes do chefe de Estado também o PS, pela voz do líder parlamentar, já tinha criticado a proposta de Moedas. Eurico Brilhante Dias acusou o autarca social-democrata de estar "sempre a sacudir água do capote".
"Já tinha acontecido o mesmo quando ocorreram as cheias, ou quando se discute o altar [para as Jornadas Mundiais da Juventude] . As responsabilidades no quadro da habitação em Lisboa são do presidente da Câmara. O presidente da Câmara de Lisboa tem de concentrar-se nas suas funções, nas suas atribuições", comentou o socialista.
Ainda na opinião de Brilhante Dias, Carlos Moedas revelou também "um profundo desconhecimento sobre o processo de emissão de vistos, em particular no que se refere a autorizações de residência".
"Fala de contingentes quando os contingentes estiveram suspensos durante muitos anos, designadamente por decisão do Governo de que fez parte [Carlos Moedas] e porque a taxa de desemprego atingiu então praticamente 18%", destacou, numa alusão aos governos PSD/CDS-PP liderados por Pedro Passos Coelho.