A defesa de Manuel Pinho vai avançar com um habeas corpus, um pedido de libertação imediata, se até à meia-noite desta quarta-feira não for conhecida a acusação do processo EDP. O despacho está prestes a sair e deverá centrar-se apenas no alegado acordo de corrupção entre o antigo ministro e Ricardo Salgado.
Manuel Pinho começou a ser investigado em 2017 por ter sido alegadamente corrompido pelo Grupo Espírito Santo quando era ministro da Economia do Governo de José Sócrates.
O Ministério Público acredita que o pacto com Ricardo Salgado ultrapassa os 5 milhões de euros, que terão sido pagos em avenças mensais através da Tartaruga Foundation, uma sociedade offshore no Panamá, em contrapartida por decisões favoráveis ao grupo Espírito Santo.
Ao que a SIC apurou, a acusação está concluída: tem centenas de páginas e mais de 100 megabytes de informação. As suspeitas ligadas ao antigo banqueiro e ao antigo ministro da Economia têm origem na investigação às chamadas rendas excessivas da EDP e às concessões de barragens.
Essa parte do processo, ligada aos antigos administradores da elétrica, António Mexia e João Manso Neto, fica para depois. Por agora, a acusação, prestes a sair, está apenas centrada em Manuel Pinho, na mulher Alexandre Pinho, e em Ricardo Salgado.