Catarina Martins diz que não há razões para Marcelo não promulgar a lei da eutanásia. O Presidente da República espera receber o diploma na próxima semana, depois de um fim de semana passado em Cabo Verde.
No Mindelo, pelas 11:00, estão mais de 26 graus. O Presidente da República termina uma visita a esta ilha de São Vicente com uma habitual agenda informal à beira-mar. E um mergulho.
Em Lisboa espera-o uma semana que começa com o seu dia de aniversário e que pode acabar com o diploma da Eutanásia a chegar a Belém. Marcelo já disse que só quando ler a redação final do diploma tomará uma decisão.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, que esteve na formulação do novo texto, não encontra razões para Marcelo não promulgar.
Se Marcelo entender devolver a lei para apreciação dos deputados, Catarina Martins já lembrado que o Parlamento tem, atualmente, todos os meios para ultrapassar essa decisão. Basta à maioria confirmar a lei, sem ter sequer de a alterar.
O Presidente da República pode enviar de o texto novamente para o Tribunal Constitucional, usar o veto político ou promulgar o diploma.
PCP pede que não se arraste a questão
O líder do PCP, que votou contra a lei da eutanásia, recordou que o diploma está agora nas mãos do Presidente da República. Paulo Raimundo defende, no entanto, que o assunto não pode continuar a arrastar-se.
“Nós estamos a falar de um diploma que andou para trás e para a frente várias vezes. Julgo que não se torna muito fácil manter uma situação de não resolução da questão. Mas isso está nas mãos do Presidente”, disse Paulo Raimundo
O secretário-geral do PCP considera que era espectável a aprovação do novo diploma, uma vez que havia uma “maioria suficiente para o diploma passar”.
Montenegro recusa sugestão de Passo Coelho para reverter lei
Pelo PSD, Luís Montenegro aguarda a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa. O líder social-democrata volta a sublinhar a sua posição dobre a realização de um referendo à eutanásia. Sobre a sugestão do antigo líder Pedro Passos Coelho - que pediu um compromisso dos partidos que estão contra o diploma para reverter a lei no futuro - Montenegro diz que não concorda.
“Eu discordo completamente da posição de Pedro Passos Coelho. Discordo pelo facto de ele discordar da realização de um referendo sobre esta matéria, discordo que posição dele é muito fechada - embora eu também seja tendencialmente contra, eu não tenho uma posição tão fechada sobre o assunto como ele tem”, disse Montenegro aos jornalistas.
O líder do maior partido de oposição lembro que é necessário “aguardar pelo que são as considerações do Presidente da República” sobre o diploma e volta a defender a realização de um referendo ao tema.
"Aquilo que eu lamento é que o povo português não seja ouvido, que não possa ter um debate esclarecido, aberto, específico sobre esta matéria. é para isso que servem os referendos."