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IL quer ouvir ministra no parlamento sobre situação de seca no país

Em causa estão também as declarações da ministra da Agricultura sobre a Confederação dos Agricultores de Portugal.

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Lusa

A Iniciativa Liberal apresentou esta quinta-feira um requerimento para ouvir no parlamento a ministra da Agricultura sobre a resposta da tutela à situação de seca no país, criticando as suas declarações sobre a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

No requerimento, a IL faz referência às declarações de Maria do Céu Antunes esta quarta-feira. Instada pelos jornalistas a responder a críticas dirigidas à tutela pelo secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), que disse ser "inexistente" a resposta do Governo para mitigar o impacto da seca no setor da produção e alimentação animal, a ministra devolveu a pergunta.

"É melhor perguntar porque é que durante a campanha eleitoral a própria CAP aconselhou os eleitores a não votar no Partido Socialista", retorquiu.

Na opinião da IL, "uma resposta com este teor é francamente inaceitável, dando a entender que a gestão do Ministério e as políticas definidas, as quais impactam de forma decisiva o setor e os produtores, é decidida em função dos estados de alma da responsável pela pasta e que estes dependem do apoio que as suas associações representativas testemunham, ou não, ao partido socialista".

A existência de uma maioria absoluta deve ser entendida como uma circunstância que traz, sobretudo, mais responsabilidade ao governo e aos seus ministros e não como veículo de coação para alinhamento das vontades e dos apoios em função dos interesses do partido maioritário. A democracia não se coaduna com a promoção da ideia de que quem não apoia o PS não merece resposta ou acaba mesmo por ser prejudicado e quem apoia é recompensado.

A bancada liberal sustenta ainda que, "na ausência de respostas concretas" da ministra, "e tendo em conta a persistência da situação de seca, considera-se ser fundamental promover a sua audição para esclarecimento integral de todas as medidas, conjunturais ou estruturais, adotadas até à data ou ainda a adotar pelo Ministério da Agricultura e da Alimentação para combater ou mitigar as suas consequências, bem como dos resultados já obtidos e esperados".

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) classificou esta quinta-feira como "perplexizantes" as declarações da ministra da Agricultura, que defendeu carecerem de explicação, e garantiu não ceder a bullying político.

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