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Urgências de obstetrícia de Portalegre e Portimão estão encerradas

A falta de médicos para completar as escalas das urgências em vários hospitais do país.

A falta de médicos continua esta quarta-feira a obrigar ao encerramento total ou parcial das urgências de obstetrícia em hospitais como Portalegre, Portimão e Almada.

O serviço em Portalegre só reabre na sexta-feira, como relata o repórter da SIC, Pedro Galego.

Após um fim de semana, alargado devido aos feriados, em que se registaram perturbações nos hospitais de Braga ou Garcia de Orta, por exemplo, as urgências de obstetrícia do hospital de Portalegre estão encerradas desde as 05:00 desta quarta-feira e até às 08:00 de sexta-feira, dado que apenas estará um obstetra no serviço, segundo o porta-voz da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), Ilídio Pinto Cardoso.

Contudo, apesar do fecho das urgências, o serviço de Obstetrícia “vai estar a funcionar” porque vai estar um obstetra de serviço, acrescentou.

Ilídio Pinto Cardoso explicou ainda que as grávidas que se dirijam aos hospitais de Portalegre e Elvas, bem como ao Serviço de Urgência Básico (SUB) de Ponte de Sor, deverão ser encaminhadas para o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) ou para a unidade hospitalar mais próxima.

Serviço em Portimão encerrado por falta de médicos

Desde as 21:00 de terça-feira que também o serviço de urgência de ginecologia e obstetrícia da Unidade Hospitalar de Portimão está encerrado por dificuldade em assegurar escalas.

O encerramento irá manter-se até às 09:00 de segunda-feira (20 de junho), sendo que a resposta assistencial regional do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) está garantida na Unidade Hospitalar de Faro pela equipa de especialistas de Faro, a qual será reforçada com médicos da Unidade Hospitalar de Portimão, segundo indicou o CHUA.

Serviço no Garcia de Orta reabre

Já as urgências de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, que encerraram às 20:00 de terça-feira, reabrem pelas 08:00 desta quarta-feira, de acordo com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, como relata a repórter da SIC Marta Sobral.

Numa nota divulgada na terça-feira, a ARSLVT admitiu que, nos próximos dias, poderão “existir limitações em alguns hospitais, com desvios da urgência externa de Obstetrícia/Ginecologia para outras unidades da região, que assegurarão a resposta do SNS [Serviço Nacional de Saúde] “.

Ministra da Saúde anuncia plano de contingência para o verão

Na segunda-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou que vai ser posto em prática “um plano de contingência” entre junho e setembro para procurar resolver a falta de médicos nas urgências hospitalares do país.

Marta Temido falava após um dia de reuniões com diretores clínicos de vários hospitais da região de Lisboa, e depois com sindicatos e a Ordem dos Médicos sobre a “instabilidade do funcionamento” destes serviços.

A falta de médicos em vários hospitais do país tem levado nos últimos dias ao encerramento de urgências de obstetrícia, ou a pedidos aos centros de orientação de doentes urgentes (CODU) de reencaminhamento de utentes para outros hospitais.

Ordem dos Médicos acusa Ministério das Finanças de travar a resolução dos problemas nas urgências

A Ordem dos Médicos acusa o Ministério das Finanças de travar a resolução dos problemas nos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia. Avisa que uma das medidas mais urgentes passa por pagar aos médicos do quadro o mesmo valor que recebem os tarefeiros.

Dizem que o que se passa nos hospitais, é a consequência da sistemática falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Por isso, pedem ao Governo medidas urgentes para travar a vaga de clínicos que, todos os anos, abandona o SNS.

Sempre que o número mínimo de clínicos especialistas não é assegurado, as portas do atendimento urgente são encerradas. Costuma acontecer sobretudo nos períodos de férias e fins de semana prolongados, com maior regularidade nos hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo.

Nessa altura, entram em ação as empresas de contratação de tarefeiros, a quem os hospitais chegam a pagar, por hora, 100 euros – cinco vezes mais do que recebem os médicos dos quadros. Esta prática aumenta de ano para ano e atrai cada vez mais profissionais, que rescindem vínculo com os hospitais mas continuam a trabalhar como tarefeiros e a ser pagos à hora.

A Ordem dos Médicos acusa o Ministério das Finanças de travar a resolução deste e de outros problemas. O Governo anunciou um plano de contingência para os próximos meses de verão, mas resta saber se será suficiente para pôr fim aos graves constrangimentos nas urgências de ginecologia e obstetrícia, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo.

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