A falta de médicos de família na região do Médio Tejo, é cada vez maior. A SIC teve acesso a documentos que demonstram que os utentes sem médico de família nesta região do interior do país são já quase 60 mil.
Na freguesia de São Pedro, em Tomar, são já cerca de 800 os utentes sem médico de família. É o caso de Maria. Nasceu, viveu e descontou numa região que diz agora estar votada ao abandono.
Há mais de dois anos que não tem médico de família, altura em que o médico desta freguesia se reformou. Esta moradora, de 83 anos, refere que esta é uma situação que a afeta a ela e a muitos outros idosos, seus vizinhos.
O envelhecimento da população deste território é também uma realidade. Muitos destes utentes só encontram resposta nos hospitais mais próximos mas nem sempre existem transportes públicos acessíveis.
Esta falta de médicos, aliada à dificuldade na angariação dos transportes é uma realidade cada vez mais preocupante para muitos daqueles que habitam esta região.
As queixas sobre a falta de acesso à saúde são muitas mas esta situação continua longe ter uma solução.
A SIC contactou a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo que tem conhecimento de pelo menos 59.145 utentes sem médico de família atribuído nesta região.
De acordo com esta entidade a falta de médicos de família deve-se ao “elevado número de saída de médicos especialistas de Medicina Geral e Familiar, sobretudo por aposentação, sem que a estas saídas corresponda igual número de entrada de novos médicos no quadro.”
Para solucionar o problema do elevado número de utentes sem acesso à medicina geral e familiar, esta entidade pretende abrir um processo concursal para a contratação de mais profissionais de saúde e para assim fazer face à falta de médicos.
Até lá são muitos os utentes, alguns residentes em lugares isolados com idade avançada que aguardam uma rápida resolução para o problema.