Fernando Negrão diz que o Presidente da Câmara de Setúbal tem explicações a dar sobre os recentes acontecimentos com os refugiados ucranianos. Para o deputado do PSD, restam muitas dúvidas e acrescenta que o Governo e o Parlamento têm de acelerar os processos legais.
“Temos que dar mais velocidade aquilo que está a ser feito, àquilo que o Governo acha que deve fazer e está a fazer e àquilo que o Parlamento vai começar a fazer, no sentido de começar a indagar para saber, de facto, aquilo que aconteceu”, disse à SIC, o deputado do PSD, via telefone.
Fernando Negrão considera fundamental que o Presidente da autarquia de Setúbal diga alguma coisa. “Não pode ficar calado porque ele deve essa palavra a todos os portugueses, mas em especial aos setubalenses, que foram eles que o elegeram”.
“E ele [André Martins], na reunião de Câmara de quarta-feira passada, recusou-se a fazer isso, não deu um único esclarecimento, o que não abona nada a seu favor”, acrescentou.
O partido já está “preparado” para fazer cair a CM Setúbal, apenas está à espera da decisão de Fernando Negrão e do PS. Nesta sexta-feira, foi anunciado que os elementos que integraram a lista do PSD à Câmara de Setúbal nas mais recentes eleições autárquicas, à exceção do vereador Fernando Negrão, já entregaram à concelhia do partido a carta de renúncia ao mandato autárquico.
A Câmara está sob investigação da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) e Inspeção-Geral de Finanças, na sequência das suspeitas divulgadas pelo jornal Expresso de que mais de 160 refugiados ucranianos terão sido recebidos na autarquia por dois cidadãos russos, um deles alegadamente próximo do Kremlin, no âmbito de um protocolo do município sadino com a Associação dos Imigrantes de Leste (Edintsvo).
Dos 15 membros que integravam a lista do PSD, só o vereador Fernando Negrão não entregou à concelhia a carta de renúncia ao mandato autárquico. O deputado já fez saber, no entanto, que também apresentará a renúncia ao mandato caso haja um entendimento nesse sentido por parte dos dois partidos da oposição no executivo, PS e PSD.
Contudo, embora critiquem a atuação da liderança da CDU, os dois partidos ainda não se entenderam para renunciarem conjuntamente aos mandatos e assim provocarem eleições intercalares para a Câmara Municipal de Setúbal.
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