O Ministério Público (MP) pediu esta terça-feira 10 anos de prisão para o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, por três crimes de abuso de confiança no processo separado da Operação Marquês.
Na nona sessão do julgamento, que decorre no Juízo Central Criminal de Lisboa, o procurador do MP, Vítor Pinto, considerou que o ex-banqueiro tinha uma “especial obrigação” de não cometer os três crimes de abuso de confiança de que foi acusado, realçando ainda a “motivação manifestamente egoísta, dada a sua situação económica”, a “persistência criminosa” e a “ausência de arrependimento” do arguido.
“Entendemos que a pena concreta a aplicar a cada um dos crimes não deve ser inferior a seis anos de prisão. Tendo em conta as regras do cúmulo jurídico, a pena aplicável não deve ser inferior a 10 anos de prisão”, afirmou, citado pela Lusa.
O antigo banqueiro compareceu pela primeira vez em tribunal, após oito sessões, para as alegações finais do julgamento.
Em tribunal, disse que lhe foi diagnosticada doença de Alzheimer e, por isso, alegou não estar em condições de prestar declarações.
“Eu não estou em condições de prestar declarações. A minha audição está muito má. Foi-me atribuída uma doença de Alzheimer”, disse.
Salgado responde neste julgamento por três crimes de abuso de confiança, devido a transferências de mais de 10 milhões de euros no âmbito da Operação Marquês, do qual este processo foi separado.