A antiga ministra Ana Paula Vitorino publicou nas redes sociais uma mensagem que decida ao "Eduardo", o ministro da Administração Interna. Uma dedicatória em jeito de pré-anúncio da decisão Eduardo Cabrita de sair do Governo.
"Sempre disse que o Eduardo é a melhor parte de mim. Não é 'apenas' o meu amor, o grande amor da minha vida, é também a pessoa, o político e profissional que eu admiro. É uma pessoa íntegra, honesta e responsável. É 'o último dos impolutos' como sempre me dizia Jorge Coelho", escreveu Ana Paula Vitorino, esta sexta-feira, na rede social Facebook.
"O Eduardo é um homem competente que 'leva a carta a Garcia'. E é também aquele que nunca nega solidariedade e lealdade, aquele que 'dá o peito às balas' para defender aquilo em que acredita, mesmo não tendo culpa nenhuma, mesmo em prejuízo de si próprio", acrescentou a ex-governante, deixando no ar uma dúvida que poucos minutos depois se tornou uma certeza: a demissão do ministro Eduardo Cabrita do XXI Governo Constitucional.
"É generoso e amigo do seu amigo, mesmo num mundo que se transformou em desapego e indiferença de memória curta."
No post que partilhou, esta sexta-feira, na sua página na rede social Facebook, Ana Paula Vitorino afirmou ainda que: "o Eduardo é um Homem com letra maiúscula e terá sempre o meu apoio e o meu agradecimento por tudo o que tem trazido de bom à minha vida e pela mais-valia que tem sido para o nosso País. Bem hajas!".
Poucos minutos depois desta publicação, Eduardo Cabrita numa declaração, sem direito a perguntas, anunciou a sua demissão na sequência da acusação de homicídio por negligência do Ministério Público ao seu motorista pelo atropelamento mortal de um trabalhador da autoestrada A6, em junho deste ano.
"Entendi solicitar a exoneração hoje das minhas funções de ministro da Administração Interna ao senhor primeiro-ministro", afirmou o ministro demissionário, sustentando que "mais do que ninguém" lamenta "essa trágica perda irreparável", lamentando o "aproveitamento político que foi feito de uma tragédia pessoal", algo que disse ter observado "com estupefação".
Eduardo Cabrita sustentou que "só a lealdade, o tempo e as circunstâncias" que Portugal enfrentou há seis meses e "só a solidariedade do primeiro-ministro" determinaram que prosseguisse "o exercício durante este verão tão difícil".
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