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Estádio do Dragão alvo de buscas

Buscas incluem Estádio do Dragão, Pinto da Costa e o filho.

Carl Recine

SIC Notícias

O Estádio do Dragão e a SAD do FC Porto foram esta segunda-feira alvo de buscas devido a suspeitas relativas a contratos com a então Portugal Telecom - agora Altice - referentes aos direitos televisivos de transmissão dos jogos dos "dragões", avaliados em 500 milhões de euros. Também o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, outros dirigentes do clube e empresários ligados ao clube foram alvo de buscas.

O Ministério Público está a investigar o pagamento de comissões superiores a 20 milhões de euros relacionados com transferências de futebolistas e efetuou 33 buscas, entre as quais na SAD do FC Porto e numa instituição bancária.

Em comunicado, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) refere que na investigação estão "factos ocorridos pelo menos desde 2017 até ao presente, com forte dimensão internacional e que envolvem operações de pagamento de comissões de mais de 20 milhões de euros".

O DCIAP acrescenta que as diligências de hoje "visam investigar a suspeita de prática de crimes de fraude fiscal, burla, abuso de confiança e branqueamento, relacionados com transferências de jogadores de futebol e com circuitos financeiros que envolvem os intermediários nesses negócios".

Na execução dos 33 mandados de busca realizados em Lisboa e no Porto, que incluíram a SAD (Sociedade Anónima Desportiva) do FC Porto, uma instituição bancária e diversas residências, "participaram 85 elementos da Inspeção Tributária e da PSP, bem como magistrados do MP".

A reação do FC Porto

O clube já reagiu às buscas. Em comunicado, os "dragões" confirmam que foram "(...) alvo de um mandato de busca (...), nas suas instalações, por suspeitas das entidades judiciais de crimes de abuso de confiança, fraude fiscal e branqueamento de capitais que tiveram a sua génese em movimentos financeiros relativos a transferências de jogadores de futebol.

"A FC Porto - Futebol, SAD colaborou com a equipa de investigadores cujo trabalho visou a apreensão de documentos que pudessem interessar à investigação", lê-se no comunicado.

Segundo avançou a revista Sábado no início de novembro, as autoridades têm fortes suspeitas de que o filho de Pinto da Costa, Alexandre Pinto da Costa, terá recebido do empresário Pedro Pinho 2,5 milhões de euros por ter sido intermediário nas negociações.

Os documentos relativos aos passes de seis jogadores, entre eles o regresso de Sérgio Oliveira ou a venda de Tiquinho Soares, também estão a ser investigados.

Esta megaoperação surge de uma investigação que já leva anos. Será a segunda parte da Operação Cartão Vermelho que, em julho, levou à detenção do então presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira.

As buscas à casa do filho de Pinto da Costa começaram pelas 09:30, com o Ministério Público a tentar perceber o porquê desta transferência entre Pedro Pinho e Alexandre Pinto da Costa.

Esta não é a primeira vez que os dois estão envolvidos em negócios no mundo do futebol, nomeadamente sobre a venda de jogadores.

A SIC sabe que Alexandre Pinto da Costa viajou para Itália na passada quinta-feira, mas já estará em Portugal. Deverá estar em casa a acompanhar esta operação. Já Pedro Pinho está fora do país. No entanto, estão também a decorrer buscas nos escritórios e habitação do empresário.

As autoridades estão também a realizar buscas no Banco Carregosa – uma instituição de crédito com sede no Porto e que se destinado a grandes negócios. Duas dezenas de polícias e elementos a autoridade tributária estão no interior das sucursais da Avenida da Boa Vista e da Rua Guerra Junqueiro, procurando comprovativos da referida transferência para Alexandre Pinto da Costa.

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