A família de Ihor Homeniuk, que morreu nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, vai receber uma indemnização superior a 800 mil euros, avança esta quinta-feira o Diário de Notícias.
Segundo o jornal, o Estado vai pagar já uma indemnização de 712.950 euros, à qual acresce uma pensão para os dois filhos. No total, a família vai receber 834 mil euros.
Nove meses após o homicídio e um dia depois da entrevista da viúva à SIC, que contou que teve de pagar a transladação do corpo do marido para a Ucrânia, o Governo anunciou o pagamento de uma indemnização à família.
O montante da indemnização foi calculado pela Provedora de Justiça e será suportado pelo SEF.
DECISÃO FOI RECEBIDA COM ALÍVIO
A família de Ihor Homeniuk deverá aceitar o valor da indemnização calculado pela Provedora da Justiça. À SIC, o advogado admite que a notícia foi recebida com alívio.
"Do outro lado do telefone ouviu-se um respirar fundo de alívio. Ela só falou sobre os filhos e a questão de poderem continuar a estudar", disse o advogado.
DETALHES DO CRIME
Descreve a acusação do Ministério Público que os arguidos, concretamente Luís Silva, munido com um bastão extensível, e Bruno Sousa, com um par de algemas, se dirigiram à sala onde se encontrava Ihor Homeniuk e depois de o algemarem com as mãos atrás das costas e de lhe amarrarem os cotovelos com ligaduras, "desferiram-lhe número indeterminado de socos e pontapés".
A vítima estava já prostrada no chão e os inspetores continuaram a desferir pontapés no tronco, exigindo-lhe ao mesmo tempo e aos gritos que permanecesse quieto.
O TESTEMUNHO DA VIÚVA DO UCRANIANO
Nove meses depois da morte do marido, a viúva de Ihor Homeniúk - o ucraniano morto no aeroporto de Lisboa - não recebeu qualquer tipo de apoio por parte do Estado português. Em entrevista exclusiva à SIC, Oksana Homeniúk contou que tratou sozinha da transladação do corpo do marido e que ainda hoje tem que mentir aos filhos sobre o que aconteceu ao pai.