Marcelo Rebelo de Sousa não se pronunciou sobre o caso do cidadão ucraniano morto no aeroporto de Lisboa durante nove meses. Este foi um dos raros silêncios do Presidente da República – que se tornou ruidoso – ao longo dos últimos cinco anos de mandato.
Aos jornalistas, Marcelo garante que falou sobre o caso entre abril e maio, “numa altura em que a pandemia dominava a realidade portuguesa”, referindo que pediu para se investigar o caso “até às últimas consequências”.
Se o disse, não há registo público dessas declarações. Nem há nenhuma nota de pesar na página da Presidência da República, como não houve contacto com a família da Ihor Homeniúk, que foi agredido e torturado por três inspetores do SEF.
O Presidente que fala sobre tudo, todos os dias e em todo o lado, esteve em silêncio durante nove longos meses.
Houve outras situações, nos últimos cinco anos do mandato, em que Marcelo Rebelo de Sousa se remeteu ao silêncio. A reposição do tempo de serviço dos professores é um exemplo, tal como a lei de despenalização da eutanásia ou a nomeação de Mário Centeno para o cargo de governador do Banco de Portugal.
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