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Ministério Público abre inquérito aos incidentes entre PSP e populares no bairro da Jamaica

A intervenção da PSP no bairro da Jamaica, no Seixal, motivou uma queixa da Associação SOS Racismo no Ministério Público.

SIC

O Ministério Público (MP)abriu um inquérito aos incidentes ocorridos no domingo entre populares e elementos da PSP, no bairro social da Jamaica, concelho do Seixal, distrito de Setúbal, anunciou a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).


"Os acontecimentos deste fim de semana no Bairro da Jamaica deram origem a um inquérito, o qual é dirigido pelo Ministério Público do Seixal. No âmbito desse processo serão investigados todos os factos que cheguem ao conhecimento do Ministério Público, incluindo os relacionados com a atuação policial. Decorrem, neste momento, diligências de recolha de prova", refere uma nota publicada na segunda-feira na página da internet da PGDL.


A nota indica que, na sequência dos incidentes, "foi efetuada uma detenção, por resistência e coação sobre funcionário", acrescentando que o "detido foi sujeito a primeiro interrogatório não judicial", o qual ficou com a medida de coação de termo de identidade e residência.


Na manhã de domingo, a polícia foi alertada para "uma desordem entre duas mulheres", tendo sido deslocada para o local uma equipa de intervenção rápida da PSP de Setúbal. Na ocasião, um grupo de homens reagiu à intervenção dos agentes da PSP quando estes chegaram ao local, atirando pedras.


Na sequência destes incidentes, ficaram feridos, sem gravidade, cinco civis e um agente policial, que foram assistidos no Hospital Garcia de Orta, em Almada.


A PSP decidiu abrir um inquérito para "averiguação interna" sobre a "intervenção policial e todas as circunstâncias que a rodearam", da qual resultaram, além dos feridos, um detido, que saiu em liberdade.


Pelo seu lado, a associação SOS Racismo anunciou que iria apresentar uma queixa ao MP.


Na sequência destes acontecimentos, cerca de duas centenas de moradores do Bairro da Jamaica deslocaram-se, na segunda-feira, até Lisboa, para protestarem contra a atuação policial.


Quatro destas pessoas acabaram detidas pelo apedrejamento de elementos da PSP, durante o protesto, em frente ao Ministério da Administração Interna, para dizer "basta" à violência policial e "abaixo o racismo".


Segundo o porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa, os manifestantes subiram cerca das 17:00 a Avenida da Liberdade, em direção ao Marquês de Pombal, onde ocuparam a praça central.


Pelas 18:30 começaram a descer a avenida, ocupando as faixas centrais e impedindo a circulação rodoviária, indicou a fonte, explicando que, quando os elementos da PSP os obrigaram a passar para o passeio, começaram a lançar pedras contra os agentes da autoridade e, "pelo menos, dois petardos".


Esta reação obrigou a "uma intervenção mais musculada da PSP", levando os manifestantes a dispersarem, indicou a fonte, não adiantando se foram disparados tiros.

Com Lusa

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